O intenso confronto entre os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto marcou o primeiro debate entre presidenciáveis da Band, nesta terça-feira. O encontro aconteceu horas depois da divulgação do levantamento feito pelo Ibope, que mostrou uma pequena queda de Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) isolada em segundo, à frente de Aécio Neves (PSDB). Talvez por influência do resultado, a candidata do PSB foi atacada pelos dois rivais diretos.
Pelas regras do debate, um mesmo candidato pdoeria responder até duas perguntas por bloco. Com isso, Dilma, Marina e Aécio foram os que mais falaram - e acabaram se enfrentando mais.
Marina Silva tentou reforçar o posicionamento como alternativa à polarização entre PT e PSDB e clamou que a maioria da população quer mudança. Mas foi constantemente questionada sobre uma suposta falta de clareza ao explicar como governaria sem apoio no Congresso.
Como era esperado, a presidente Dilma foi o maior alvo do debate, e citou os programas e feitos do governo para se defender. A candidata foi confrontada com assuntos espinhosos, como as denúncias de corrupção na Petrobras.
Aécio Neves manteve o tom crítico a Dilma, mas evitando atacar diretamente os anos Lula. Ainda assim, defendeu que o PT “surfou” na onda iniciada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.
Pastor Everaldo, do PSC, reforçou o discurso em defesa do livre mercado, posicionando-se contra a legalização do aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Luciana Genro, do PSOL, que no início do debate clamou por mais oportunidades de falar, lembrou a forma como foi expulsa pelo PT e mirou principalmente em Marina Silva e Dilma.
Levy Fidelix (PRTB) e Eduardo Jorge proporcionaram os momentos de maior descontração do debate. Muito críticos aos governos (o passado e o atual), arrancaram gargalhadas dos presentes com ironias. No final de um dos discursos, Fidélix chegou a ser cumprimentado por Jorge.
Bloco a bloco
No primeiro bloco, os candidatos responderam a uma única pergunta sobre segurança pública, feita por sugestão dos leitores do jornal Metro. Cada um teve 1 minuto e 30 segundos de fala.
Na segunda etapa, os candidatos fizeram perguntas entre sim. Foi quando ficou claro que o debate ficaria concentrado no embate entre Dilma, Marina e Aécio. O trio se atacou mutuamente, mas foi Dilma o alvo preferencial.
No terceiro bloco, os candidatos responderam perguntas feitas por jornalistas do Grupo Bandeirantes. Boris Casoy, Fábio Pannunzio (ambos da Band) e José Paulo de Andrade(Rádio Bandeirantes) questionaram os presidenciáveis, quando os assuntos mais falados foram inflação e contas públicas.
A quarta etapa teve novamente perguntas feitas entre os candidatos. Novamente, os embates esquentaram. Transporte público, privatizações e a questão elétrica do Brasil foram os assuntos mais comentados.
No quinto bloco, os jornalistas voltaram a fazer perguntas para os candidatos. Marina foi questionada sobre sua defesa do meio ambiente, e Dilma e Aécio responderam perguntas sobre programas de cada um: Mais Médicos e Poupança Jovem.
Na sequência, os candidatos fizeram suas considerações finais. Aécio Neves aproveitou para anunciar que, caso seja eleito presidente, terá Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central no Governo Fernando Henrique Cardoso, como ministro da Fazenda.
Audiência
A Band comemora o resultado do primeiro debate entre presidenciáveis realizado na noite desta terça-feira: a emissora chegou a 7 pontos no Ibope e, de acordo com os números prévios, ficou na vice-líderança por 30 minutos. A média do debate, que teve três horas de duração (das 22h06 à 1h07), foi de 5 pontos com 10% de share (participação entre os televisores ligados).