Entre as moradoras do município de Teodoro Sampaio, no Centro-Norte do estado, é bem difícil encontrar alguma que considere a vida um paraíso. Para elas, falta emprego, segurança, infraestrutura… e homem. E não é apenas uma sensação. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atestam: em Teodoro Sampaio, seis em cada dez mulheres (58,5%) com mais de 18 anos não convivem com um cônjuge (seja em um casamento formal ou não), o que coloca a cidade, de 8 mil habitantes, no topo do ranking baiano da solteirice feminina.
Uma das razões da liderança de Teodoro Sampaio está bem clara nos números: o município tem mais mulheres do que homens. Lá, de acordo com o Censo de 2010, existiam apenas 89 homens para cada 100 mulheres. Em 2000, a situação era um pouco mais equilibrada, porque eram 94 rapazes para cada 100 moças.
Casamento
Só que isso não quer dizer que as moças de lá não queiram casar (nem que queiram). De acordo com o juiz da comarca da cidade, que também atende o município de Terra Nova, Marcelo Lagrota, os homens de Teodoro Sampaio costumam sair da cidade em busca de emprego.
Só que isso não quer dizer que as moças de lá não queiram casar (nem que queiram). De acordo com o juiz da comarca da cidade, que também atende o município de Terra Nova, Marcelo Lagrota, os homens de Teodoro Sampaio costumam sair da cidade em busca de emprego.
“Todos os meses, eu faço casamentos lá. Homem é que está um pouco difícil, porque eles saem em busca de oportunidades no mercado de trabalho, enquanto elas ficam numa situação mais conservadora. Hoje, a cidade é quase dormitório”, argumenta.
A média de enlaces fica em torno de 40 por ano, segundo o padre local, Márcio Andrade. “É uma cidade muito envelhecida, porque os jovens saem para trabalhar muito cedo. Tem cidades grandes próximas: Salvador (100 km) e Feira de Santana (46 km) e Conceição do Jacuípe (24 km), então eles não ficam aqui”.
Ou seja: os homens crescem e saem de Teodoro Sampaio deixando as mulheres teodorenses para trás. “É um município pequeno, com economia fraca. Por isso, as pessoas são forçadas a emigrar. No entanto, historicamente, as mulheres preferem ficar perto de suas casas”, diz Joilson Rodrigues, do IBGE.
OpçãoDiante disso, as irmãs Mariana, 26 anos, e Marilena Alves, 24, não sabem nem mais para onde olhar. No caso delas, a solteirice não é opção… É falta de opção mesmo. “Tem pouquíssimos homens. Adolescente e idoso não falta, mas jovens a partir de uns 20 anos são raros”, afirma Mariana, que é nutricionista e diz que pretende se casar.
“Só não acho que vai ser com alguém daqui!”, brinca ela, que vai diariamente trabalhar em Feira de Santana, onde a situação está um pouco melhor (48,6% das mulheres não convivem com cônjuge).
Depois de Teodoro Sampaio, as outras campeãs de solteirice…
2 São Félix, no Recôncavo baiano, tem 55,19% de mulheres com mais de 18 anos que não vivem com cônjuge.
2 São Félix, no Recôncavo baiano, tem 55,19% de mulheres com mais de 18 anos que não vivem com cônjuge.
3 Cruz das Almas, também no Recôncavo, tem 54,7%. Na proporção, são 84 homens para 100 mulheres, atrás só de Salvador.
4 Anguera, no Centro-Norte, 54,38% das mulheres não têm companheiro. São 92 homens para 100 moças.
5 Castro Alves, no Recôncavo da Bahia, tem um índice de 54,24%. Lá, tem 89 homens para cada 100 mulheres.
6 Terra Nova, também do Recôncavo, tem 89 homens para 100 mulheres. O índice de solteirice é de 54,15%.
.campoformosonotícias