Logo após ser preso em março do ano passado, Daryell teria sido estuprado por cerca de 20 detentos e apresentou vários ferimentos pelo corpo, o mais sério sendo na região anal. Segundo informações da época, revoltados com o crime cometido pelo professor, os presos chegaram ainda a arrebentar os pontos de Daryell quando ele retornou do hospital, e o estupraram novamente. As manchas de sangue na parte de trás do calção do rapaz indicariam o quanto ele sofreu.
Ouvido durante o júri no final de junho de 2015, Daryell negou o crime. “Eu não matei meu filho. Todos os dias eu chegava em casa, ele pedia benção e me chamava de pai”, disse, referindo-se a Miguel Estrela. “Eu não teria motivo para matar essa criança maravilhosa”, afirmou o acusado. A versão de Daryell sobre a morte de Miguel é que, ao chegar ao quarto da criança, ele já estava tendo o que parecia ser um ataque epilético e espumava no canto da boca.
Foi a primeira vez que Daryell falou sobre o caso, desde a morte do menino, em 2014. Questionado pela promotoria sobre o silêncio, ele disse que foi uma orientação da defesa. Em seguida, a acusação trouxe para o tribunal um antecedente criminal de Daryell: o telefone dele foi grampeado e ele foi citado em um processo de associação ao tráfico, pela Polícia Civil, em 2008.
Mais cedo, o delegado da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), João Maciel, afirmou que Daryell confessou o crime não-oficialmente. Além disso, em depoimento, a enfermeira que auxiliou na tentativa de reanimação da criança no hospital disse ter escutado o padrasto de Miguel dizer “Que m… eu fiz”. Questionado nesta tarde, Dayrell negou as duas acusações.
Atualmente, o acusado, que é faixa roxa em jiu-jitsu, trabalha como cantineiro no Complexo Penitenciário da Papuda.
De acordo com denúncia do Ministério Público do DF e dos Territórios, a criança teria sido agredida pelo padrasto em 27 de março do ano passado. Por volta de meio-dia, o professor de jiu-jitsu esperou a companheira sair da residência e agrediu fisicamente o bebê, causando as lesões que o levaram à morte. O processo correu em segredo de Justiça. Miguel chegou a ser socorrido e ficou dois dias no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo o MP, o crime teria sido praticado por motivo fútil e de forma cruel, demonstrando uma brutalidade fora do comum. Segundo a apuração, o réu estava no interior da residência quando passou a agredir a criança, que entrou em convulsão. Após ser levada para o hospital, foram constatadas as lesões sofridas, dentre elas traumatismo craniano.