Crueldade: Professor é eletrocutado por aluno com arma de choque no interior da Bahia


Um professor de matemática e física relatou ter sido agredido com uma arma de choque por um estudante dentro de uma escola estadual localizada na cidade de Esplanada, a cerca de 170 quilômetros de Salvador. O docente Anísio André Santos Júnior conversou com o G1 nesta quarta-feira (4), uma semana após o ocorrido, e disse que fraturou o nariz e sofreu várias escoriações após cair no chão por conta da descarga elétrica que recebeu. O aluno foi suspenso.
O caso ocorreu no Colégio Estadual Celina Saraiva, onde o professor trabalha desde 2010. Ele afirmou que estava numa das salas da instituição elaborando provas quando sofreu o atentado. O docente, afastado das atividades por indicação médica, disse que reconheceu o aluno que cometeu a agressão após analisar imagens de câmeras de segurança da escola.
“Eu estava sozinho na sala elaborando avaliações da primeira unidade quando ele tocou em mim com um objeto preto que desferiu a descarga elétrica. Caí no chão bruscamente, bati a face e me machuquei muito. Quebrei o nariz, tive corte na boca e tive uma pancada forte em uma das costelas. Sangrou muito pela boca e pelo nariz. Sofri um atentado, justamente no dia de combate à violência nas escolas. Foi um terror. Depois, mesmo machucado consegui pedir ajuda, e duas professoras me socorreram”, relatou.
O caso foi registrado na delegacia de Polícia Civil da cidade, que apura se outros estudantes participaram da ação, que ocorreu no dia 27 de abril. A polícia informou que ainda não é possível afirmar se o equipamento utilizado na agressão foi realmente uma arma de choque, conforme relatou o professor, e destacou que o caso está sob investigação. Ainda segundo a polícia, o suspeito seria um menor de idade.
De acordo com Anísio Júnior, o suspeito de cometer a agressão não é um de seus alunos. O docente afirma que não sabe o motivo da agressão, já que nunca se envolveu em conflitos com estudantes. Ele diz, ainda, que está com medo de voltar para o trabalho.
“Nunca tive problema na escola. Não sei porque isso aconteceu. Agora, estou com medo de ir para a escola, porque não moro na cidade. “Isso é um absurdo. Isso não pode ocorrer dentro de uma escola, que é o centro do conhecimento. Hoje vivemos inseguros e infelizmente passamos por situações como essa”, destaca o professor.
A diretora do Colégio Estadual Celina Saraiva, Tereza Cristina, não quis falar sobre o assunto com a imprensa, segundo ela por indicação da Secretaria Estadual de Educação. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que foi registrado boletim de ocorrência e que o caso é investigado pela Polícia Civil. A direção da escola formou uma comissão, juntamente com o colegiado escolar, para acompanhar as investigações.
Segundo a secretaria, o aluno identificado pelo professor agredido foi suspenso por oito dias com base no artigo 75 do Cap. VI, do Regimento Escolar Unificado. Ele ficará sem frequentar a escola até que se concluam as investigações. Ainda de acordo com a o órgão, o estudante terá direito de realizar as atividades avaliativas em local e horário informados previamente a ele e seus responsáveis.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) publicou nota sobre o caso e disse que a escola se comprometeu a adotar as medidas cabíveis contra o autor da agressão e demais pessoas envolvidas. 
Portal de Notícias (As informações são do G1/BA)

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