Os adolescentes brasileiros passam cada vez mais tempo hipnotizados pelos dispositivos móveis. Uma pesquisa realizada pela Amdocs em dez países aponta que os jovens entre 15 e 18 anos do país não desgrudam do celular: 64% costumam checar as redes sociais assim que acordam.
“O brasileiro é um povo que gosta muito de novidade. Hoje, os jovens têm mais opções, já que existem várias plataformas diferentes. A gente vê um movimento de crescimento, que só tem aumentado”, afirma Kan Wakabayashi, diretor da Amdocs Brasil.
Dentre os entrevistados no Brasil, 55% acreditam que seu smartphone os tornam mais espertos e legais. Dentre os aplicativos, os brasileiros também são os maiores usuários do Facebook (94%), Youtube (85%) e WhatsApp (84%). O levantamento foi realizado com 4.250 jovens, entre 15 e 18 anos, dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Rússia, Índia, Cingapura, Filipinas, México e Brasil.
Comunicação
Pouco mais da metade, 51%, dos adolescentes brasileiros entrevistados para a pesquisa da Amdocs, diz que prefere usar emojis, pois as figuras com rostos sorrindo, chorando ou beijando, expressam como eles se sentem melhor do que palavras. Também foi observado que hoje o celular virou uma espécie de extensão do corpo destes adolescente. Prova disso é que 88% dos entrevistados gostariam de ter um dispositivo conectado à rede mundial de computadores dentro do próprio braço.
Pouco mais da metade, 51%, dos adolescentes brasileiros entrevistados para a pesquisa da Amdocs, diz que prefere usar emojis, pois as figuras com rostos sorrindo, chorando ou beijando, expressam como eles se sentem melhor do que palavras. Também foi observado que hoje o celular virou uma espécie de extensão do corpo destes adolescente. Prova disso é que 88% dos entrevistados gostariam de ter um dispositivo conectado à rede mundial de computadores dentro do próprio braço.
Por isso que a maioria deles respondeu que, fora do seu mundo virtual, se sente só. No Brasil, 68% dos adolescentes ficam ansiosos e solitários quando estão sem internet. Para comparar: 65% se sentem desta forma longe da família.
Para Wakabayashi, o grande desafio dos pais é orientar os seus filhos. “É difícil guiar os adolescentes quando não experimentamos isso quando tínhamos a mesma idade. Mesmo assim, é algo necessário”, defende.
Antenado
No tempo livre que tem entre uma aula e outra, Gustavo Cunha, 17 anos, está sempre conectado. “Uso bastante o Facebook e o Snapchat, além do WhatsApp, claro. Hoje, essa é a principal maneira que a gente tem de se comunicar”.
No tempo livre que tem entre uma aula e outra, Gustavo Cunha, 17 anos, está sempre conectado. “Uso bastante o Facebook e o Snapchat, além do WhatsApp, claro. Hoje, essa é a principal maneira que a gente tem de se comunicar”.
Quando está em casa, também fica mergulhado na tecnologia. “Na minha casa, a maioria dos dispositivos pode ser conectada entre si. Por isso, nos finais de semana, passo quase 10 horas conectado”.
Apesar disso, o principal objetivo do uso do celular e das redes pelo estudante, que cursa o 3º ano do ensino médio, é para aprender. “Sempre assisto videoaulas e experiências práticas no Youtube, o que me ajuda bastante a me preparar para testes e provas. Também leio textos sobre ciência”.
A mãe dele, a designer de interiores Naira Cunha, aprova. “É uma ferramenta que não tinha na minha época e acho maravilhoso. Acho que quando o material é mais interativo, eles ficam mais atraídos”. Ainda conforme o levantamento, a maioria dos adolescentes assiste filmes (69%), TV (56%) e ouve música (69%) via streaming, enquanto poucos ainda fazem downloads (12% para filmes, 6% para TV e 18% para música).
Além disso, 49% dos jovens ouvidos ou nunca usaram um telefone público, ou jamais enviaram uma carta escrita à mão, e 71% nunca ouviram (ou não lembram de ter escutado) música em um disco de vinil.
Pais devem ficar atentos ao que os filhos acessam
Para Rodrigo Nejm, diretor de educação da Safernet, é essencial que os pais instruam seus filhos a respeito do uso das redes sociais. “Os pais devem dosar o uso desde cedo. Eles também têm que conversar com as crianças a respeito dos riscos presentes e ficar de olho”, afirma.
Para Rodrigo Nejm, diretor de educação da Safernet, é essencial que os pais instruam seus filhos a respeito do uso das redes sociais. “Os pais devem dosar o uso desde cedo. Eles também têm que conversar com as crianças a respeito dos riscos presentes e ficar de olho”, afirma.
Ele conta que um dos principais erros cometidos pelos pais é achar que, só porque o filho sabe mexer nos mais diversos aparelhos, ele tem uma capacidade de discernimento formada.
“Não confunda a desenvoltura que o seu filho tem de se virar com os dispositivos móveis e a internet com a sua capacidade de crítica. Eles muitas vezes ainda não têm maturidade para lidar com determinados assuntos ou situações”, comenta.
“Não confunda a desenvoltura que o seu filho tem de se virar com os dispositivos móveis e a internet com a sua capacidade de crítica. Eles muitas vezes ainda não têm maturidade para lidar com determinados assuntos ou situações”, comenta.
Nejm pontua ainda a importância do cuidado com o que está sendo compartilhado nas redes sociais. “Lembre que a internet é a maior praça pública que existe no planeta, então temos que ter sempre cuidado com as postagens”.
Hoje, muitos jovens usam aplicativos de fotos e mensagens para compartilhar o seu dia a dia e, segundo ele, é preciso estabelecer um limite. “A galera usa a internet para compartilhar tudo. Desde onde está até para mostrar o que está fazendo, ou para enviar fotos do que come, o que acha, e até mandar fotos íntimas”, conta.
A Safernet é uma plataforma que difunde a segurança e os direitos humanos na internet, funcionando como um portal de denúncias de violência na web. De acordo com seus indicadores, no ano passado, a principal violação reportada foi a exposição íntima (28,9%).
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