(Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia) |
Bruno Queiroz ( )
Todo torcedor gostaria de
ver o seu time vencer todos os jogos e de preferência, fazendo muitos gols. Em
2017, os tricolores já vibraram em três triunfos do Bahia e comemoraram 10
gols. O time de Guto Ferreira ainda teve três empates, todos por 0x0, e segue
invicto no ano. Muito dessa invencibilidade, no entanto, se deve ao setor
defensivo, até então intransponível. É do Bahia o posto de melhor defesa entre
os 20 clubes que estão na Série A, único que não foi vazado nenhuma vez em
jogos oficiais no ano.
Tal marca, por sinal, não caracteriza o
tricolor como uma equipe retranqueira ou defensiva. É o que Guto Ferreira faz
questão de diferenciar. “Uma coisa que tem que ficar clara é que o Bahia nunca
deixou de atacar, propor o jogo, mas tem uma consistência defensiva porque tem
uma organização (...) É importante que isso seja enfatizado porque pode ficar
como se a gente fosse retranqueiro porque tem a defesa forte. Uma defesa forte
não é sinal de ser retranqueiro, é sinal de saber marcar”, ressalta o treinador.
De fato, sob o comando de Guto, o sistema defensivo do Bahia tem
mostrado bons números. No ano passado, por exemplo, o tricolor foi o time menos
vazado do segundo turno da Série B (o técnico estreou na 13ª rodada) e terminou
a competição tendo a segunda melhor defesa com 34 gols sofridos, atrás do
Londrina, vazado 29 vezes.
“Acho que o Bahia tem sabido exercer o seu trabalho de defesa e
tem crescido nos aspectos ofensivos também. Eu costumo sim organizar as minhas
equipes, primeiro com uma defesa sólida, consistente, e depois ir agregando
meio e ataque. Acho que assim começa a se construir uma equipe que busca ser
vencedora. Não é pensar em sempre jogar por 1x0. Não é assim que eu penso. Eu
penso em jogar sempre pelo triunfo. Mas, à medida que você não sofre gols, você
já soma um ponto, e aí você trabalha pelo primeiro, pelo segundo, pelo
terceiro”, explica Guto.
Um detalhe interessante é que o sucesso do sistema defensivo não
está atribuído apenas aos jogadores considerados titulares. Só este ano, 11
atletas já se revezeram no setor em meio ao rodízio feito pela comissão
técnica. Foram eles os goleiros Jean e Anderson; os laterais Armero, Eduardo,
Juninho Capixaba e Matheus Reis; e os zagueiros Eder, Lucas Fonseca, Rodrigo
Becão, Jackson e Tiago.
Além dos jogadores de defesa, os volantes também têm sido
importantes e dado suporte aos zagueiros e laterais. Edson, Renê Júnior,
Juninho, Matheus Sales e Feijão já atuaram em 2017 e mantiveram a equipe sólida
defensivamente. Destes, apenas Feijão não foi titular.
Se o Bahia é o único que não sofreu gol entre os 20 da Série A,
ganha companhia quando o assunto é invencibilidade. Além do
Esquadrão, quatro clubes ainda não perderam na temporada: Cruzeiro, Flamengo,
Santos e Sport. Os três primeiros, inclusive, têm 100% de aproveitamento. Vale
ressaltar que o Santos é o time que menos atuou no ano: fez apenas dois jogos
oficiais.
Caso não sofra gol no próximo compromisso,
quinta-feira, às 20h30, contra o Sergipe, o tricolor estará classificado para a
segunda fase da Copa do Brasil, pois tem a vantagem do empate. O jogo será no
Batistão, em Aracaju.
Para o goleiro Jean, a boa fase da defesa traz confiança.
“Mostra o quanto a defesa está segura, o sistema defensivo está sólido, mas a
gente não tem se preocupado em não tomar gol. Acontece, é do futebol, uma hora
ou outra vai acontecer, mas o importante é sempre vencer e sair com os três
pontos”.
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