(Foto: Agência Brasil) |
Daniel Weterman, Estadão Conteúdo
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) negou no domingo (16) por meio das redes sociais, que
tenha participado de qualquer articulação com o presidente Michel Temer (PMDB)
e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em torno de um acordo com
o objetivo de garantir a sobrevivência política de seus partidos.
Além de FHC, Lula e Temer, políticos das três legendas
foram citados nas delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht que
originaram pedidos de inquérito enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não participei e não participo de qualquer
articulação com o presidente Temer e com o ex-presidente Lula para estancar ou
amortecer os efeitos das investigações da Operação Lava Jato. Qualquer
informação ou insinuação em contrário é mentirosa", diz FHC.
O ex-presidente tucano
defendeu, no texto, o estabelecimento de um diálogo entre políticos e a
sociedade diante do "desmoronamento" da ordem político-partidária e
das "distorções" do sistema eleitoral. "O diálogo em torno do
interesse nacional é o oposto de conchavos. Deve ser feito às claras, com o
propósito de refundar as bases morais da política".
Declarações
No texto, FHC também voltou a se defender das declarações
do patriarca do Grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, que disse ter pago
"vantagens indevidas não contabilizadas" às campanhas presidenciais
de FHC, em 1993 e 1997.
O tucano afirmou que não há menção a irregularidades na
delação. "Basta ouvir a íntegra das declarações de Emílio Odebrecht em seu
depoimento ao Judiciário para comprovar que nelas não há referência a qualquer
ilicitude por mim praticada nas campanhas presidenciais de 1994 e 1998 (anos
das campanhas eleitorais)", afirmou.
Para FHC, o País vive uma "crise gravíssima com
desdobramentos econômicos e sociais imprevisíveis".