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André Borges | Estadão Conteúdo
O plenário da Câmara dos
Deputados aprovou nesta noite de terça-feira, 16, uma mudança de categoria para
uma área de 486 mil hectares da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no Pará,
transformando essa parte da unidade de conservação em área de proteção ambiental
(APA). Na prática, trata-se de um rebaixamento dentro da categoria de proteção
ambiental.
Ao ser convertida em APA, essa área poderá ser usada para
retirada de madeira, agropecuária e mineração, além de poder ser comprada e
vendida por particulares. A área de 486 mil hectares equivale a 4.860 km², três
vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
A unidade do Jamanxim, ainda que protegida, tem sido um
dos principais alvos de desmatamento em toda a Amazônia. É extremamente
relevante para a região, porque faz a conexão das áreas protegidas do Rio Xingu
com a Bacia do Tapajós.
O argumento dos deputados que aprovaram a mudança é de
que é preciso associar o desenvolvimento econômico da região com a exploração
da floresta. Uma emenda incluída de última hora no texto reduziu ainda 10.400
hectares do Parque Nacional de São Joaquim, em Santa Catarina.
Agora o texto da MP segue para o plenário do Senado, sem
passar por comissões. Ele precisa ser votado até 29 de maio, data em que a MP
vence. Se for aprovado, tem mais 30 dias para seguir para sanção presidencial.
“O que é importante deixar claro é que a Câmara tirou a
proteção de floresta pública em uma região onde o desmatamento mais cresce”,
disse Ciro Campos, biólogo e analista do Instituto Socioambiental (ISA). “Transformar
uma floresta nacional protegida em outro tipo de unidade, como a área de
proteção ambiental, vai permitir uma série de explorações e atividades que
antes não eram permitidas.”
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