Carmen Vasconcelos ( )
Um
fungo que atinge felinos e humanos tem despertado a preocupação de muitas
pessoas que convivem com felinos, além das autoridades sanitárias. Trata-se da
Esporotricose, também conhecido como Doença de Jardineiro, pois profissionais
dessa área terminam contraindo a micose nos espinhos de plantas ou em arranhões
em árvores. Causada por um fungo que consegue sobreviver em diferentes estágios
e temperaturas, o Sporothrix schenki, a micose causa lesões sérias e até fatais
nos gatos e pode ser transmitida para os donos, por meio de arranhões.
"A doença tem sido
mais diagnosticada na região sudeste. O clima, temperatura e umidade exercem
uma influência no crescimento do fungo", explica o médico veterinário do
Hospital da Anhanguera de São Bernardo do Campo, Felipe Truisi, que faz questão
de ressaltar, no entanto, que a culpa não é do gato! “Os animais de estimação
terminam sendo vítimas desse problema e não é preciso que se sacrifique o
animal ou isole-o”, esclarece o veterinário.
Segundo Truisi, o fungo vive normalmente no ambiente e o
animal termina contraindo quando afiam as garras em troncos de madeira ou
enterra as fezes na areia. “Nesse momento, o fungo entranha nas unhas do felino
e vai causando lesões, especialmente se o animal já tiver machucados”, esclarece,
ressaltando a importância de manter o animal domiciliado e sem acesso à vida na
rua. Os principais sintomas são múltiplas lesões cutâneas que não
cicatrizam e apresentam secreção purulenta. "São facilmente encontradas em
regiões de membros torácicos, patas e na região de face, todas oriundas de
brigas. Há também as alterações em unhas (onicomicose), porque muitas vezes o
gato vai até a arvore para afiar suas garras, gerando edema de membros",
explica o médico veterinário.
A doença pode ser identificada por exames complementares
tais como citodiagnóstico, exame micológico, biópsia de pele (histopatologia).
O especialista recomenda que o proprietário tome cuidado ao manusear o animal,
evitando arranhaduras. Lavar ou até mesmo desprezar os cobertores, roupas e
brinquedos. “O tratamento é longo, dura cerca de seis meses e consiste na
administração de antifúngicos até a remissão total das lesões”, esclarece,
ressaltando que as feridas saram depois do primeiro mês de tratamento, mas é
importante concluir a medicação até o final. O custo para tratar o animal pode
variar de R$50 a R$70,00 por mês.
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