(Foto: Reprodução/TV São Francisco) |
Fonte: G1 BA
Ministério Público da Bahia
(MP-BA) recomendou à prefeitura de Senhor do Bonfim, no norte do estado, que
não promova, prepare, apoie ou coopere com a execução da guerra de espadas na
cidade. O município tem tradição nos festejos juninos e, na terça-feira (13),
sancionou o projeto de lei que transforma a tradicional guerra de espadas em
patrimônio cultural e imaterial da cidade.
Na recomendação, o MP diz
que quem for pego participando da "brincadeira" pode ser preso em
flagrante e responder pelo crime previsto na lei de combate à posse e comercialização
de armas de fogo e munição. A pena é de três a seis anos de prisão, além de
pagamento de multa.
Projeto de lei
A proposta já havia sido
aprovada, no final do mês passado, pela Câmara de Vereadores da cidade, por
unanimidade. A medida, no entanto, divide opiniões na cidade, porque alguns
moradores defendem o fim da prática por conta dos perigos de queimaduras nos
participantes. No São João de 2016, ao menos 19 pessoas tiveram ferimentos no
município por conta da guerra de espadas.
Tradição
Apesar de perigosa, a tradição é mantida pelas
famílias da cidade, que aguardam a chegada do São João para dar início a
manifestação cultural. O bairro da Gamboa é ponto de encontro dos
"Espadeiros da Gamboa". O grupo tem mais de 70 participantes e se
reúne para guerrear há mais de 50 anos.
Durante a guerra, os
espadeiros usam roupas e capacetes para se proteger das espadas, mas não
dispensam a oração para pedir proteção antes de dar início a tradição. Em média, cada espadeiro
leva 100 espadas para guerra, e algumas famílias chegam a gastar mais de mil
reais com o arsenal.