(Foto: Reprodução/Facebook) |
Da
Redação, com Thais Borges ( )
A vendedora Jéssica
Avelino Morais, 25 anos, morreu após passar mal dentro de uma academia no
bairro de Tancredo Neves, na noite desta terça-feira (27). A família desconfia
que o uso de anabolizantes possa ter provocado a morte da jovem.
Jéssica foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento
(UPA), mas não resistiu. "Quando eu cheguei lá, ela estava na ânsia ainda,
fizeram de tudo, mas não adiantou", contou Joseval Moraes, pai da
vendedora.
Em entrevista à TV
Bahia, os pais mostraram dois frascos de medicamentos usados pela
vendedora: oxandrolone e stanozoland stanozolol, conhecidos como
anabolizantes. A mãe da jovem, Valdinete Avelino, contou que ela pediu
desculpas antes de morrer. "Eu fiquei triste porque não consegui ir vê-la,
porque não me chamaram logo. Disseram que ela falou 'diga a mainha e painho que
me perdoem', porque a gente reclamava com ela dessa medicação, que não era pra
ela tomar", contou.
Ainda segundo Valdinete, Jéssica malhava há muito tempo e
já tinha tido um surto semelhante ao que aconteceu ontem. "Ela tomou uma
vez, ficou em surto, como quem ia morrer", lembrou.
Afastada da
academia
O corpo de Jéssica foi enterrado às 16h desta
quarta-feira (28), no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco. Mais de 100
pessoas, entre parentes e amigos, compareceram ao enterro. Durante o velório, a
mãe de Jéssica, Valdinete, contou ao CORREIO que a filha malhava há alguns
anos.
"Tinha muito tempo que ela malhava. Era uma menina
muito alegre, muito querida, com muitos amigos e muito carinhosa. Ela ia todos
os dias (para a academia). Gostava muito de malhar e se esforçava muito. Era
muito bonita e muito vaidosa".
Nos últimos tempos, inclusive, Jéssica chegou a deixar de
ir à academia por alguns dias para fazer exames, segundo Valdinete. "Não
vou mentir que ela ficou uns tempos sem ir, mas não ficou afastada. Foi coisa
de duas, três semanas para ela fazer um check-up. Os exames não deram
nada", contou.
Valdinete disse ainda que chegou a aconselhar a filha
para deixar de usar medicamentos. "Eu conversava com ela e ela dizia que
(tomar medicamento) era normal, que não fazia mal nenhum", completou.
Já o tio da jovem, o técnico de operação Vinicius Lago
Avelino, 36, contou que ela não estava usando mais medicamentos. "Ela não
estava usando mais nada porque queria emagrecer. A gente não sabe como ela
comprou o medicamento, mas ela não usava há um tempo. O frasco está pela metade
porque ela não estava mais usando", disse, sem especificar há quanto tempo
a jovem tinha parado com os remédios.
Uma prima da vítima que não quis se identificar contou
que uma amiga da academia viu Jéssica cair duas vezes na aula, na noite em que
morreu. Na primeira vez, bateu o queixo, levantou e voltou pra aula. Depois,
caiu de novo e foi socorrida. "Era uma pessoa religiosa, evangélica. Muito
carinhosa, dedicada à família. Não sei se isso de medicamento foi alguma
influência de amigos ou da academia. Mas, como a amiga disse que ela caiu duas
vezes, achei negligência da academia", afirmou a prima.
Academia
A academia On Shape, onde aconteceu o incidente, divulgou
uma nota lamentando a morte da jovem. "É com grande pesar que a direção
comunica aos alunos que nesta quarta-feira 28/06, a academia não irá funcionar,
em memória do falecimento de uma aluna", diz uma publicação no Facebook.
Segundo Paulo Cesar Vieira Lima, presidente do Conselho
Regional de Educação Física/ Seccional Bahia, a academia está totalmente
regularizada e todos os profissionais têm credenciamento legal. "Há
aproximadamente 15 dias o local foi fiscalizado", disse ele ao CORREIO.
Ainda de acordo com Paulo, apenas um laudo médico poderá
indicar se alguma medicação motivou a morte de Jéssica. "Não consegui
falar ainda com o dono da academia. O que soubemos é que a menina passou mal
durante a atividade, foi levada para o posto médico e morreu. Não podemos dizer
se ela tomou algo. Não sei se é verdade. Precisamos do laudo médico para saber
o que aconteceu", completou.