O autoteste para
detectar a presença do vírus HIV no organismo deve estar disponível em
farmácias de todo o país até o fim do mês. Nesta semana, o primeiro teste desse
tipo a ser vendido no Brasil começou a chegar às farmácias do Rio de Janeiro. O
produto, que custa entre R$ 60 e R$ 70, pode ser comprado sem receita médica, e
a testagem produz resultado 10 minutos após o sangue entrar em contato com o
reagente.
O Brasil é o primeiro país da América Latina e Caribe a
disponibilizar o autoteste em farmácias. Para a diretora do Departamento de
DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, o produto
é uma ferramenta importante para aumentar a capacidade de diagnóstico do vírus.
Identificar a presença do HIV em 90% das pessoas infectadas é uma das metas da
Organização das Nações Unidas (ONU) para 2020.
"Advogamos tanto com relação ao autoteste porque
acreditamos que ele amplia e muito a cobertura diagnóstica. Têm pessoas que não
querem ir à unidade de saúde para fazer o teste do HIV", pondera ela, que
alerta que o resultado positivo no autoteste não é um diagnóstico. Para tal, é
preciso confirmação de outros exames e acompanhamento de profissionais de
saúde. "O teste da farmácia não é confirmatório. Com o autoteste positivo,
deve-se buscar imediatamente a unidade de saúde para fazer novos testes
confirmatórios", explica.
Segundo a diretora, o produto não será comprado pelo
ministério para ser disponibilizado em unidades de saúde por causa do seu
preço. "Sob o ponto de vista financeiro, ele está muito caro para
adotarmos. Hoje, o Ministério da Saúde adquire o teste rápido por R$ 2. Nesse
momento, achamos que o mais vantajoso é continuar comprando o teste rápido que
já compramos e distribuímos".