Montagem: Web Interativa |
13/07/2017 12h50
Sustentado pela agricultura, Ponto Novo vive um dos seus
piores períodos econômicos dos 28 anos de emancipação política. Após a interrupção
da irrigação, que fez com que centenas de agricultores deixassem de produzir, impedindo
também a continuidade da Empresa Sítio Barreiras, grande geradora de emprego e
renda, o que culminou num agravamento da crise econômica, que já é sentida por
comerciantes e empresários do município.
Foto: Atawana Oliveira/Web Interativa |
Arnóbio Carneiro, empresário no ramo de materiais para
construção afirmou que houve um regresso na economia do município. “Crise
total, eu acho que Ponto Novo com essa situação hoje, nós tivemos um regresso
na economia de pelo menos 20 anos atrás, no comércio está tudo parado, tudo
totalmente parado, realmente é uma crise como eu mesmo nunca vi igual”. O empresário culpou o Governo do Estado e criticou a
gestão municipal. “Eu culpo o Governo do Estado que foi omisso em relação a
Ponto Novo, eu até diria foi irresponsável com relação a Ponto Novo, prometeu
demais a ampliação da Barragem e não fez, e também ao mesmo tempo, culpo um
pouco a gestão municipal, eu vi pouca ação da atual gestão no sentido de
convencer as autoridades estaduais a não fazerem uma paralização brusca como
fizeram com o projeto de irrigação”.
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Marcos Silva, empresário no ramo de supermercados afirmou
que em seus estabelecimentos comerciais algumas demissões já aconteceram em decorrência
do difícil período. “A gente vem sentindo na pele, ultimamente foram demitidos
do nosso comércio mais de quatro funcionários, e com isso as pessoas é que vem sentindo
mais ainda, se o comércio não está reagindo, o desemprego vai vir prejudicando
os pais de família”.
Uma das medidas tomadas por ele é a redução nas compras. “A
melhor coisa é comprar menos. Se está comprando menos, certamente está vendendo
menos, com isso a tendência é o lucro cair, porque quando você vende menos você
ganha menos”. O empresário falou sobre a preocupação da gestão
municipal com o atual período.
“Eu acredito que o prefeito vem se preocupando muito com
essa crise que Ponto Novo vem atravessando, estamos aqui pensando qual a forma
melhor de sair de uma crise dessa, de que forma, indo em busca de recursos
estadual, federal, e quando chega os poderes lá em cima vem dizendo que a crise
foi generalizada”.
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Segundo Artur Paiva, um dos mais tradicionais
comerciantes de Ponto Novo, no ramo de produtos agropecuários, o fechamento do
Projeto de Irrigação contribuiu para o agravamento da crise. “Pelo nosso ramo
de atividade, é quem primeiro recebe a crise porque como a gente trabalha com
insumos agrícolas e produtos veterinários a gente já vem a cinco anos passando
por uma seca que afeta diretamente a pecuária, aí tinha o sistema de irrigação,
que o Projeto de Irrigação ia dando uma determinada segurança, mas agora com o
fechamento do Projeto, a crise nos pega de uma vez por todas”.
Reduzir as compras e buscar novas alternativas estão
entre medidas tomadas pelo empresário para driblar a crise. “Reduzir as
compras, administrar melhor os pagamentos, porque a coisa mais importante que o
comerciante tem é o crédito, se perder o crédito perde o comércio dele, e
tentando buscar novas alternativas”. Afirmou Artur Paiva.
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O ramo de perfumaria também foi atingido pelo difícil período,
segundo Maria Gama, que desenvolve atividades empresariais no setor, é preciso ter
jogo de cintura para administrar as dívidas em meio a queda nas vendas. “O
comércio está muito fraco, muito difícil, do dia trinta ao dia dez - mais ou
menos- tem algum movimento, daí fica difícil pra gente sobreviver, pra gente
conseguir pagar as contas, que são muitas, e a gente tem que ter um jogo de
cintura para poder fazer isso, porque está muito difícil”.
Segundo a empresária, a realização de promoções, sorteios,
o incentivo a compras a vista, no cartão, e para clientes que pagam em dia não
são suficientes para levantar as vendas.
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Bruno Gama, proprietário de uma clínica de fisioterapia e
pilates também relatou a difícil situação que atinge a todos os setores. “Uma
situação meio complicada, onde as vezes a gente chega no final do mês sem
dinheiro nenhum e já pensando no que vamos fazer no próximo mês. As vezes a
gente acaba vendo qual é a prioridade, das contas que nós temos a pagar e não
pode deixar de pagar”.
Sr. Pascoal, que exerce atividades empresariais no ramo da
metalúrgica já tomou uma medida drástica. “Eu mandei cancelar meu alvará”.
Segundo ele, a baixa procura o motivou na decisão. “Se eu não tenho movimento
para trabalhar, não estou tendo serviços tenho que fazer isso para gerar
economia”. Afirmou.