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Fonte: Exame
Se
sexta-feira já é o dia oficial de reunir os amigos e tomar aquela cerveja gelada, a primeira sexta-feira de agosto é ainda mais
especial, pois a data marca no Brasil e em outras dezenas de países o Dia
Internacional da Cerveja.
Por aqui, ela é de longe a bebida alcoólica mais
amada pelos brasileiros – tanto que seu consumo per capita ultrapassa a média
de 80 litros por ano, segundo dados recentes divulgados pela Euromonitor.
São muitas curiosidades, no entanto, que envolvem o
universo da cerveja e para esclarecer algumas dúvidas, o sommelier de cervejas
Marcos Nogueira elaborou uma lista com 15 fatos inusitados sobre a bebida. Confira
a seguir:
1 – Ela não é feita a partir de uma única
matéria-prima
A cerveja é associada prontamente à cevada, mas
pode ser feita muitas outras matérias-primas – em geral as mais abundantes no
local da produção. Chineses e japoneses fabricam a bebida com arroz. Africanos,
com o sorgo. Na Inglaterra, a aveia é bastante utilizada, enquanto o trigo
compõe muitas cervejas alemãs, belgas e francesas. Os finlandeses usam centeio.
Nas Américas, o milho entra na receita para acrescentar leveza e refrescância.
2 – O lúpulo
é da mesma família da Cannabis
Mesmo antes de se tornar ingrediente
cervejeiro, na Idade Média, o lúpulo já era famoso por suas propriedades
medicinais. Segundo Nogueira, um uso tradicional da planta é colocar as flores
secas no enchimento do travesseiro – o efeito relaxante proporciona noites de
sono tranquilo. O lúpulo é uma canabiácea – planta da mesma família da Cannabis
sativa, a maconha.
3 – Cerveja e chope são a mesma bebida
A diferença entre cerveja e chope nada tem a
ver com a garrafa e o barril. A cerveja é pasteurizada para resistir vários
meses, enquanto o chope não passa por esse processo, que causa pequenas
alterações no sabor – altamente perecível. O chope deve ser consumido muito
fresco e mantido sob refrigeração.
4 – O milho não é usado para tornar a cerveja
mais barata
Engana-se quem pensa que o uso de milho é uma
novidade criada pela indústria para baratear e facilitar a produção. O cereal
foi acrescentado à cerveja em meados do século 19, por imigrantes alemães nos
Estados Unidos. Eles queriam fazer cerveja pilsen – grande sucesso desde o
início –, mas a cevada americana tinha mais proteína do que a europeia. Isso
resultava em uma cerveja turva e encorpada, justamente o oposto do que se
espera de uma pilsen. O milho, então, entrou para suavizar a fórmula.
5 – Já foi usada como moeda
A cerveja já foi tão valiosa no passado que,
no Egito Antigo, os trabalhadores que erguiam as grandes pirâmides eram pagos
com cerveja. Sua ração diária era de 5 litros – a cerveja, entretanto, era
muito menos alcoólica do que nos dias atuais.
6 – Já foi considerada alimento
Na Idade Média, a cerveja manteve o status de
alimento. Um dos poucos alimentos seguros naquela época, pois era fabricada com
higiene pelos monges católicos. Na liturgia da Igreja, aliás, a bebida foi
incorporada como substituta das comidas sólidas nos períodos de jejum dos
padres.
7 – No começo só existia cerveja escura
Até o século 18, todas as cervejas eram
escuras e defumadas, por causa do uso de fogo de lenha ou carvão para secar o
malte. Apenas na Revolução Industrial se descobriu como produzir maltes claros,
por secagem com calor indireto.
8 – A medicina deve muito à cerveja
Os antibióticos, as vacinas e toda a medicina
moderna devem muito à cerveja. Muitos avanços nessa área existem porque o
cientista francês Louis Pasteur resolveu estudar a bebida. Foi a partir daí que
ele descobriu a existência de micro-organismos e os relacionou às doenças.
9 – A geladeira é outra invenção que deve
muito à bebida
A geladeira é outra invenção que deve parte
de sua existência à cerveja. Isso porque Carl von Linde, pai dos sistemas
industriais de refrigeração a gás, teve seus estudos financiados por
cervejarias. O objetivo não era servir cerveja gelada: era manter a temperatura
do líquido fresca e constante em qualquer época do ano.
10 – Estranha relação com o café e o chá
O que a cerveja, o café e o chá têm em comum:
os três são bebidas com algum grau de amargor. Os estilos cervejeiros mais
amargos, como a IPA, se tornaram populares na esteira do chá e do café – as
bebidas da moda na Europa dos séculos 18 e 19.