Policiais civis da Região Norte afirmam que não vão trabalhar nos carnavais de Salvador e Juazeiro


Fonte: Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia 
Na última sexta-feira (18), policiais civis da Região Norte, após reunião na Coordenadoria do Complexo Policial de Juazeiro, decidiram que não vão trabalhar nos carnavais de Salvador e Juazeiro devido os baixos valores que são pagos pelas diárias e horas extras durante a realização da festa momesca. Em aderência à campanha do SINDPOC, os policiais que trabalham nos municípios que integram a Região Norte já assinaram o “Requerimento de Desistência” referente à prestação de serviço de 2018 em protesto às escalas extraordinárias do carnaval de Salvador, micaretas e o carnaval antecipado de Juazeiro.
Além dos valores pagos pelos dias trabalhados durante a festa carnavalesca, os servidores reivindicam o decreto de promoção, os reajustes lineares dos anos de 2016 e 2017 e o Projeto de Reestruturação das Carreiras encaminhado pelas entidades da Polícia Civil à SAEB. Até o momento, o Governo do Estado não demonstrou disposição em negociar com os servidores.
O SINDPOC irá realizar reuniões e mobilizações em todas as Coordenadorias do interior baiano, nas delegacias de Salvador e Região Metropolitana para discutir a possibilidade de não aderência à escala do carnaval. Está prevista uma Assembleia e ato político, em Salvador, que vão reunir os policiais civis de todo o Estado, em data ainda a ser definida.
O Presidente do SINDPOC, Marcos Maurício, esclarece que o Requerimento de Desistência não possui caráter de greve e nem de paralisação. O sindicalista destaca que os policiais irão manter os serviços de acordo com a carga horária normal de 40 horas semanais. O impasse consiste na aderência à escala do carnaval que é imposta pelo Governo do Estado. A categoria questiona os valores pagos pelas diárias e horas extras durante a festa carnavalesca.
” Esse quadro reflete a gestão ruim da Secretaria de Segurança Pública que, atualmente, alega não possuir recursos nem para comprar uma água mineral para as unidades policiais. O Governo do Estado deve rever a forma como administra a Segurança Pública e ter maior sensibilidade com os policiais que diariamente doam suas vidas em defesa da sociedade!”,protesta Marcos Maurício.
O Vice-Presidente do SINDPOC, Eustácio Lopes, denuncia que os servidores que trabalham nos principais carnavais da Bahia são remunerados com valores insuficientes que não conseguem cobrir as despesas de alimentação, hospedagem e transporte. “É um trabalho análogo ao da escravidão. No carnaval, os servidores acabam dormindo em viaturas, abrigos e escolas. São condições de trabalho totalmente precárias”, critica o sindicalista.
Segundo Eustácio Lopes, devido o baixo efetivo da Polícia Civil que, atualmente, encontra-se com menos de 7.500 servidores, e o ideal seria em torno de 15.000 policiais civis ativos, a categoria trabalha com cargas horárias excessivas chegando a 120 horas extras por mês.
O carnaval da Bahia está previsto para ser realizado nos seguintes municípios: Caravelas, Prado, Mucuri, Alcobaça, Porto Seguro,Cabral, Belmonte, Canavieiras, Ilhéus,Itacaré,Barra Grande, Morro de São Paulo, Itabuna, Valença, Juazeiro, Salvador e Região Metropolitana. Será protocolado, no final do mês de agosto, o Requerimento de Desistência dos policiais baianos, na sede da Polícia Civil, Praça da Piedade, centro da capital baiana.

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