Rafaela
Felicciano/Metrópoles
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Fonte: Metrópoles
Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, foi
preso mais uma vez neste sábado (2/9). Na última terça-feira (29/8), ele
acabou detido por ejacular em uma mulher em um ônibus em São Paulo.
Segundo informações preliminares da PM paulista, teria praticado ato
obsceno contra uma mulher dentro de um ônibus que passava pela Avenida
Brigadeiro Luis Antônio. O suspeito foi contido por volta das 8h por
passageiros do coletivo. Eles chamaram policiais militares, que o prenderam..
Diego
foi libertado quarta (30), após audiência de custódia. Para o
juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto, não havia elementos
para enquadrá-lo no crime de estupro, pois ele entendeu não ter havido
violência na ocorrência, posição que contou com a concordância do promotor
Márcio Takeshi Nakada. Na sentença, o magistrado afirmou que não viu
possibilidade de enquadrar Novais por estupro por não ter havido
“constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça” no caso.
A decisão foi seguida por críticas
dos que acreditam que, diante da recorrência da prática — Novais tem 14
passagens pela polícia por condutas similares –, o resultado da audiência
poderia ter sido outro que não a liberdade.
O pai de Diego defendeu a prisão do filho. “É
perigoso que uma pessoa dessa fique solta, e o delito que ele pratica não é
justo”, criticou o aposentado, de 65 anos, que preferiu não se identificar ao
ser entrevistado pelo Jornal do SBT.
“Em casa não posso ficar com ele. Ele é muito forte
e agressivo”, descreveu. Desde que Novais foi solto, o paradeiro dele
era desconhecido. “Acho que viajou pra Bahia. Se ficar aqui os caras matam
ele”, contou o pai, que estava acostumado a receber o filho na periferia da
zona sul de São Paulo, onde mora.
Em 2009, aos 19 anos, o ajudante-geral foi detido
pela primeira vez, na delegacia da Lapa (zona oeste). Depois, novos registros
começaram em 2011 e vão até o caso de terça-feira. Por duas vezes, ele foi
preso por flagrante de estupro. Mas os casos acabaram enquadrados como ato
obsceno e Novais foi solto, como ocorreu nesta semana.
Depoimento de vítima
O modus operandi de Diego Ferreira Novais é o mesmo: dentro do ônibus, ele se aproxima da vítima, mostra o pênis e, eventualmente, passa o órgão nela ou ejacula. A história de uma das vítimas dele se destaca. G., de 24 anos, sofreu assédio sexual da mesma forma que todas as outras, em março, na Avenida Paulista. A jovem e seu agressor foram ao Juizado Especial Criminal na segunda-feira (28) para depor — um dia antes de ele assediar a outra moça.
O modus operandi de Diego Ferreira Novais é o mesmo: dentro do ônibus, ele se aproxima da vítima, mostra o pênis e, eventualmente, passa o órgão nela ou ejacula. A história de uma das vítimas dele se destaca. G., de 24 anos, sofreu assédio sexual da mesma forma que todas as outras, em março, na Avenida Paulista. A jovem e seu agressor foram ao Juizado Especial Criminal na segunda-feira (28) para depor — um dia antes de ele assediar a outra moça.
Porém, o agressor forçou uma das portas e
escapou. “Acho que, como ele não tinha fechado a calça, não conseguiu correr
direito. As pessoas do ônibus foram atrás dele, que saiu pelo meio dos carros
na Avenida Paulista”, contou. A vítima recordou que recebeu amparo de outra
jovem, que também havia sofrido abuso sexual.
“A sensação
que dá é que minha palavra não serviu para nada”, lamenta. “Eu não sou
‘punitivista’ nem acho que ele deveria pegar uma sentença longa por esses
crimes, mas também não pode continuar fazendo isso com mulheres. É muito
frustrante.”
A jovem
sugere alternativas, caso a sentença de ato obsceno se confirme, como o juiz
determinar atendimento psicológico ao agressor.
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