NASA-NOAA |
O mais poderoso furacão já registrado no
Oceano Atlântico atingiu as primeiras localidades no nordeste das Ilhas
Caribenhas na madrugada desta quarta-feira (6/9). O “olho” do furacão passou
pela ilha de Barbuda à 1h47 no horário local (2h47 em Brasília), segundo o
Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos. Foram registrados ventos
de até 295 quilômetros por hora – velocidade que mantém o furacão na categoria
5, a mais alta da escala de classificação, conforme o Centro Nacional de
Furacões norte-americano.
Moradores
relataram, através de sistema de rádio, que as linhas telefônicas ficaram fora
do ar assim que o fenômeno passou pela região. Chuva torrencial e ventos
assustadores passaram também pela ilha vizinha de Antígua, onde a população se
protege reforçando casas ou indo para abrigos organizados pelo governo.
Somadas, Antígua e Barbuda têm cerca de 100 mil habitantes – 80% em Antígua,
onde fica a capital Saint John’s.
O trajeto
indica que o Irma vai em direção a Porto Rico, República Dominicana, Haiti e
Cuba, antes de possivelmente atingir a Flórida no final de semana. A previsão é
de que a velocidade dos ventos mantenha o Irma entre as categorias 4 e 5 por
até mais dois dias. Os ventos mais perigosos, normalmente mais próximos ao
“olho” do furacão, devem passar perto das Ilhas Virgens e ao norte de Porto
Rico durante esta quarta-feira, segundo os meteorologistas.
Na Ilha de Antígua, com área total de 280
quilômetros quadrados, a maioria dos moradores de regiões mais baixas se abriga
em casas de familiares e amigos em locais de maior altitude ou em abrigos
organizados em igrejas, escolas ou prédios construídos especificamente para
resistir a fortes ventos. Nenhum dos abrigos, no entanto, já foi testado por um
furacão da categoria 5. Muitas casas da nação de Antígua e Barbuda – composta,
no total, por 37 ilhas – não são construídas sobre fundações de concreto ou têm
bases de madeira precárias.
Nos
territórios dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump já declarou estado de
emergência na Flórida, Porto Rico e nas Ilhas Virgens americanas. O
primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, disse que mandou evacuar seis
ilhas do sul do país, porque as autoridades não estarão preparadas para ajudar
ninguém no vento “potencialmente catastrófico”, enchentes e tempestades. A
população do sul deve ser deslocada para Nassau, a capital das Bahamas, a
partir desta quarta-feira.
Quatro
outros furacões já tiveram ventos tão fortes quanto do Irma no Atlântico, mas
permaneceram no Mar do Caribe ou no Golfo do México, sem tocar territórios. O
governador das Ilhas Virgens americanas, Kenneth Mapp, alertou que “não é o
momento para sair e tentar se arriscar praticando surfe”.