DANIEL FERREIRA/METRÓPOLES |
O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, ofereceu nesta sexta-feira (1º/9) uma denúncia ao Supremo Tribunal
Federal (STF) contra políticos do PP por formação de uma organização criminosa
para atuar no esquema de corrupção na Petrobras. O PP é hoje a quarta maior
bancada da Câmara dos Deputados.
Esta é a
primeira denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra
políticos no ramo de investigação conhecido como ‘quadrilhão’ – que apurou a
organização entre políticos e operadores para atuar na petrolífera. A denúncia
contra políticos do PP será mantida em sigilo no STF pois foram usadas
informações da delação do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que ainda está
protegida por segredo de justiça.
O inquérito relativo ao PP tem 30
alvos – entre eles o ex-ministro Aguinaldo Ribeiro e o presidente da legenda,
senador Ciro Nogueira (PI). No oferecimento de denúncia, há casos que foram
arquivados — quando, no entendimento dos procuradores, não praticaram crimes.
O Estado apurou, no entanto, que o presidente da sigla é um
dos denunciados.
A investigação foi aberta na primeira leva de
inquéritos pedidos por Janot ao STF na Lava Jato, em março de 2015. No meio do
caminho, contudo, a própria PGR pediu para fatiar a investigação em 4 ramos:
PP, PMDB do Senado, PMDB da Câmara e PT.
Informações prestadas pelos primeiros delatores –
Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa – deram origem à investigação, que foi
enriquecida com as novas colaborações premiadas firmadas de lá pra cá, como a
da Odebrecht.
Quando pediu o fatiamento da investigação, Janot
citou que o inquérito apontava para “um desenho de um grupo criminoso
organizado único, amplo e complexo” com atores que “se interligam”. Procurada,
a assessoria do senador Ciro Nogueira não se manifestou até a publicação desta
reportagem.