Foto: Reprodução/Eptv/Arquivo
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O Ministério da Educação vai suspender por
cinco anos a criação de novos cursos de Medicina no país. A medida foi sugerida
pelo ministro titular da pasta, Mendonça Filho, ao presidente Michel Temer e
deverá ser formalizada em dezembro, com a publicação de um decreto. A
estratégia é adotada após forte pressão de entidades de classe, contrárias ao
expressivo aumento das vagas em graduações da área nos últimos anos, sobretudo
depois da Lei do Mais Médicos.
Nos
últimos meses, pelo menos quatro encontros foram realizados entre MEC e
associações de classe para discutir o assunto. "A expansão de vagas de
forma desordenada pode colocar em risco a qualidade de ensino", disse Mendonça
Filho. "Para aumento de escolas, é preciso haver a infraestrutura
necessária e um corpo docente com formação adequada".
A suspensão sugerida pelo ministro, no entanto, deverá preservar dois editais
que estão em andamento. A estimativa é de que pelo menos 35 escolas deverão ser
formadas. De um total de 2.305 vagas previstas em todo o país, 710 em 11 cursos
foram liberadas para início das atividades em agosto, em 11 cidades de Paraná,
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.
"O
ideal era que também esses editais fossem suspensos", afirma o
vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Diogo Leite Sampaio.
Hoje há no país 298 escolas de Medicina. "Um crescimento muito
significativo. Em 2010, eram 152", observa. Para ele, a expansão foi feita
sem que se observassem critérios.