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As fortes chuvas
ocorridas na noite do dia 01 e madrugada do dia 02 do corrente mês nas
comunidades de Sanharol, Várzea Queimada, Morrinhos e Lagoa das Camaradas
embora tenham renovado as esperanças destas populações e muito comemoradas por
grande parte dos ribeirinhos, infelizmente o que pareceu ser um alento se
transformou num desastre. As fortes enxurradas que vieram pelos Riachos das
Fazendas Cajazeiras e Calumbi, arrastaram muitos sólidos que invadindo os
diversos poços, exterminou o pouco que restava da fauna em alguns trechos do
Rio. O vídeo mostra o trecho de mais de 4 km, entre os locais conhecidos como
Boqueirão e Calumbi. Os ribeirinhos que desde do início do mês de julho passado,
vem apelando para que a CERB libere a vazão no leito do Rio para atender aos
consumos prioritários das populações humanas, dessedentarão animal e
preservação ambiental, tendo feito diversas manifestações de protesto, lamentam
mais este infortúnio. Afirmam que tentaram impedir o fechamento da descarga na
noite do dia 20 de outubro, quando o rio não tinha atingido o povoado de Covas,
foi com a certeza de que se tivesse permanecido por mais 96 horas, além das
captações dos 8 sistemas de abastecimento, as águas teriam passado do Distrito
de Espanta Gado, maior núcleo populacional existente entre a Barragem de Ponto
Novo e a Barragem da Leste em Queimadas e esta tragédia teria sido evitada,
pois no trecho percorrido pelas águas da descarga, não houve registro de morte
de peixes. Conclui-se, portanto, que a equivocada suspensão da vazão abaixo da
Barragem de Ponto Novo, além da desatenção com as populações ribeirinhas,
provocou danos irreparáveis a natureza.
Os ribeirinhos dizem não
entender como funciona a cabeça dos engenheiros do governo, pois a conta
qualquer vivente sabe fazer. Se em 72 horas o Rio percorreu aproximadamente 20 km,
para descer mais 25 km até Espanta Gado, seria necessário mais 83 horas, sem
redução e/ou interrupção de vazão. E perguntam: Será que os engenheiros que
controlam isto não imaginam que na segunda operação (seria de 72 horas, mas
fecharam com 48), a maior parte das águas seria para cobrir o mesmo trecho
percorrido pelas águas da primeira? Ou será que eles imaginavam que as águas da
segunda iriam empurrar Rio abaixo um novo trecho além do percurso percorrido
pelas águas da primeira operação? Fato é que o dano está causado
contraditoriamente por culpa de quem tem a responsabilidade de fiscalizar e
fazer cumprir a lei.
Ascom: Ribeirinhos