(Foto: Reprodução/Alerta Itarantim ) |
Fonte:
Correio 24h
Uma massa de ar fria
oriunda do sul do Brasil em convergência com a umidade da Amazônia gerou fortes
chuvas em cidades do Sudoeste da Bahia entre a tarde desta terça-feira e a
madrugada desta quarta, causando prejuízos diversos, sobretudo alagamentos de
casas e ruas.
A Superintendência Estadual de Proteção e Defesa Civil da
Bahia (Sudec) informou que enviou técnicos nesta quarta-feira para as cidades
atingidas pelas chuvas, com o objetivo de averiguar a situação de perto. O
órgão ainda não tem um balanço geral sobre os prejuízos causados pelas chuvas.
Em Itarantim, onde choveu
110 milímetros, segundo informou a Prefeitura, que decretou emergência nesta
quarta por causa dos prejuízos. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)
considera chuva forte a partir de 50 milímetros.
“Estamos com quatro famílias oficialmente desabrigadas,
mas há outras seis casas que estão condenadas, com risco de desabamento, pela
Defesa Civil, porém as pessoas insistem em ficar dentro delas. Estamos tentando
convencê-las a deixar o local para que não ocorra algo de grave”, informou o
secretário de Administração de Itarantim, Jadiel Santos Matos, também
vice-prefeito da cidade. “Estamos contabilizando os prejuízos”, completou.
Na cidade de 20 mil habitantes, as águas das chuvas
invadiram casas e estabelecimentos comerciais da área central e nos bairros
Cajazeiras, Bob Kenedy, Anedilha de Carvalho e Senhor do Bonfim. Segundo a
Prefeitura, desde segunda-feira que chove na cidade, e a chuva mais intensa
ocorreu entre as 17h e 22h30 desta terça.
Fotos mostram que o nível das águas chegou a 1,5 metros
nas casas, e de acordo com a Prefeitura mais de cem residências tiveram algum
dano, como destelhamento, invasão de água, queda de muro. Muitos móveis foram
perdidos.
Em Vitória da Conquista,
onde, segundo o Inmet, choveu 49,4 milímetros entre a noite e a madrugada,
foram registradas várias enxurradas pela cidade, agravadas pelo entupimento de
bueiros e canais de escoamento de águas pluviais, um problema que atravessa administrações
e não é resolvido.
Na garagem do escritório da Embasa (empresa estatal), a
força das águas fez com que os cerca de 10 carros guardados ficassem colados
uns nos outros, alguns deles tiveram amassado. No centro da cidade o que se viu
foi areia e pedras espalhadas pelas ruas, cujos buracos aumentaram de tamanho.
Bairros periféricos da cidade ficaram
alagados, como Conveima I e II, e Bruno Bacelar, quase que intransitáveis. O
empresário Israel Lisboa, morador do bairro Santa Cecília, teve a casa invadida
pelas águas e usou as redes sociais para desabafar. Ele disse que perdeu todos
os imóveis que estavam no térreo da casa e criticou as administrações. O
prejuízo estimado é de cerca de R$ 40 mil.
“Segunda
vez que isso acontece na minha casa. Fruto de uma má gestão da prefeitura de
Vitória da Conquista que não se preocupou em fazer direito o canal da Rua
Antônio Dantas. Uma família quase morre afogada porque o carro foi engolido
pela valeta. Segunda vez que perdemos tudo que tinha no térreo da casa”,
escreveu Lisboa, cuja família pretende entrar na Justiça contra a Prefeitura
para reaver o prejuízo.
A
Defesa Civil da Prefeitura de Vitória da Conquista informou que não houve o
registro de casos graves na cidade. Outro município onde também choveu muito,
mas sem registros graves, foi em Brumado, onde o Inmet registrou 85,8
milímetros.
(Foto: Blog do Anderson) |
Outras
cidades do estado com chuvas fortes nas últimas 24 horas foram Itiruçu (55,4
milímetros), Itaberaba (59,4 mm), Guanambi (45 mm), Porto Seguro (52,6) e
Itapetinga (61 mm). As chuvas, na maioria das cidades, vieram acompanhadas de
trovões, raios e ventos de até 46 km por hora, como em Itaberaba.
“Ventos
acima de 40 km/hora já dão para destelhar casas e derrubar árvores que estejam
para cair”, declarou a meteorologista do Inmet Cláudia Valéria Silva. “Essas
chuvas são esperadas e até março vamos ter chuvas desse tipo, é o normal para
essa época e é até bom que esteja chovendo porque muitos dessas cidades estavam
com problemas de estiagem”, completou.