(Foto: Agência Brasil/Arquivo) |
Fonte: Correio 24h
O consumidor residencial brasileiro terá de lidar com dois
anos de reajustes na energia bem acima da inflação. As causas são um regime de
chuvas insuficiente para compensar períodos de seca e o aumento dos encargos
sociais. Na média, as tarifas devem fechar o ano com alta de 14% e subir 9,4%
em 2018. A expectativa é que a inflação oficial medida pelo IPCA fique abaixo
de 3% este ano e em 4% em 2018. Em
algumas regiões, as tarifas podem pesar ainda mais no bolso, segundo
levantamento da consultoria especializada TR Soluções.
A maior alta deve ser registrada na região Sul (+10,7%),
seguida pelo Sudeste (+9,3%). Em São Paulo, por exemplo, a conta de luz deve
fechar este ano 7% mais cara e subir outros 9,1% em 2018. A energia elétrica
deve também ter um efeito de 0,4 ponto percentual sobre a inflação medida pelo
IPCA do ano que vem. A previsão da TR inclui algumas premissas: as diferentes
bandeiras esperadas ao longo do ano, os reajustes previstos para as principais
distribuidoras e o regime de chuvas para o período.
As projeções são feitas para 13 regiões metropolitanas
usadas como referência e que espelham o que ocorre no país.
De janeiro a abril – o período considerado chuvoso –, as
principais hidrelétricas brasileiras devem gerar em média o equivalente a 85%
da energia que vendem, de acordo com a TR. Isso significa dizer que se as
chuvas não ajudarem e as geradoras produzirem algo abaixo disso, as tarifas
poderão subir ainda mais. Além do regime de chuvas, os encargos incluídos na
tarifa também explicam as previsões pouco animadoras.
A conta, que inclui todas as políticas públicas ligadas ao
setor, como o programa Luz para Todos e a tarifa social de energia -chamada de
CDE-, deve passar de R$ 9,3 bilhões este ano para R$ 12,6 bilhões em 2018. Quem
paga a fatura - o tema está em audiência pública na Aneel, a agência reguladora
- é o consumidor. Embora concordem que o quadro é dramático, analistas
descartam ameaça de racionamento. Eles dizem que a usina de Belo Monte já opera
em ritmo razoável e que o país dispõe de outras fontes de energia.