Incêndios sucessivos desafiam autoridades de Ponto Novo


 Os sucessivos incêndios no Distrito de Irrigação de Ponto Novo continuam a provocar mal-estar aos moradores do município; sejam pelos problemas respiratórios, pela sujeira nas casas, ou pelos irreparáveis danos ao meio ambiente pela devastação da flora e da fauna.
É dever de todos, começar a endurecer nas críticas, cobranças de solução para este problema.
Se o poder municipal não tem ferramentas e solução, que procure quem os tem, pois isto já passou dos limites de tolerância; mesmo sendo esta população por tradição, excessivamente acomodada.
Até agora os focos têm sido mais na área do Sítio Barreiras e dói ver aquele que foi o maior empregador da microrregião transformado em cinzas e pó. Empresa que não gerou apenas emprego e renda, mas proporcionou vultosos recursos financeiros na educação do município.
Diante da falta de um endurecimento contra os abusos, quem pode garantir que as áreas dos reassentados não serão também atingidas?
Que interesses haveriam em provocar tantos danos? Ou tudo não passa de acidentes da natureza? Alguém em sã consciência acredita nisso?
São questionamentos que precisam de respostas e ações governamentais, sejam elas da esfera municipal, estadual ou policial. E isso é urgente!
Reproduzo abaixo a antiga obra do poeta carioca Eduardo Alves da Costa, (embora alguns a atribuam ao russo Maiakovski), que pode se aplicar com toda precisão ao que enfrentamos hoje:
Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer mais nada.


Por: Arnobio Carneiro Araújo

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