Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Os três principais
pré-candidatos à Presidência da República que disputam a representação do
centro já articulam nomes para formar equipes para o programa econômico e a
estratégia de marketing eleitoral. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles (PSD), vêm conversando com economistas que têm uma linha de
orientação próxima à adotada atualmente pelo governo Michel Temer. Defendem o
saneamento das contas públicas, uma agenda reformista e uma menor participação
do Estado na economia.
Maia vem recebendo a ajuda do economista Marcos Lisboa,
ex-secretário do Ministério da Fazenda no governo do petista Luiz Inácio Lula
da Silva, e do marqueteiro Fernando Barros, que era próximo do ex-senador
Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007. Segundo três aliados de Maia, esses
profissionais têm mantido conversas com o deputado para ajudá-lo a definir as
propostas que defenderá nas viagens que pretende fazer pelo país e a “refinar”
o discurso eleitoral.
Na terça-feira (9/1), o governador Geraldo Alckmin,
pré-candidato do PSDB, já havia se antecipado e anunciou que terá um
coordenador econômico em uma semana. Sem mirar diretamente nos líderes das
pesquisas de intenção de votos – Lula e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) –, Alckmin
trabalha para sair na frente ao menos em relação a Maia e a Meirelles. Entre os
conselheiros do tucano, estão os economistas Persio Arida, Roberto Giannetti e
Yoshiaki Nakano. Persio será o líder do grupo.
À frente da Fazenda, Meirelles conseguiu montar uma equipe
econômica apelidada de “time dos sonhos”, que ajudou o governo a ganhar
confiança dos investidores nos novos rumos da política econômica de Temer.
A interlocutores, Meirelles afirma que só vai pensar em
formação de equipe de assessores de campanha em abril, caso decida se
candidatar. O problema maior, porém, não está na formulação de um programa
econômico, já que ele poderia reunir com alguma facilidade uma equipe de
colaboradores. A questão tem sido formar um “time político” para ajudar sua
candidatura a decolar. O ministro é alvo de “ataque especulativo” de políticos
da base aliada, especialmente de Maia, mas sofre resistência até mesmo de integrantes
do seu partido, o PSD.
Na economia, o Meirelles poderia buscar apoio até mesmo de
alguns dos economistas que hoje compõem sua equipe na Fazenda: Eduardo Guardia,
Fabio Kanczuk, Ana Paula Vescovi, Mansueto Almeida e Jorge Rachid (Receita
Federal).
Outras
opções
ACM Neto afirmou nesta quarta-feira (10/1), que o DEM não
descarta a possibilidade de lançar Rodrigo Maia, mas também poderia apoiar
outros nomes, como o do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (MDB), nas
eleições de outubro.
“Dos atuais quadros do DEM, o nome que nós colocamos é o do
presidente Rodrigo Maia. Ele teve um papel importante nesses últimos dois anos
como garantidor da estabilidade política do país, da retomada da agenda
econômica do Brasil, mas isso não significa uma imposição do DEM. Estamos
abertos ao diálogo com outros partidos. O nosso diálogo com o governador Paulo
Hartung é um exemplo disso. Hartung é um nome que não pode ser desconsiderado,
que pode disputar qualquer cargo”, disse ACM Neto em entrevista à rádio CBN.
ACM Neto, que em fevereiro deve ser oficializado como
presidente nacional do DEM na convenção do partido, participou, em Vitória, de
uma solenidade para liberação de recursos para o Estado, com a presença de
Hartung, de Maia e do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM).
A agenda pública ocorreu em meio às movimentações de Maia e
aliados para a construção de sua candidatura presidencial. No entanto, na
capital capixaba, o presidente da Câmara desconversou sobre pretensões
eleitorais e disse que discutir a corrida presidencial agora “passa por certa
arrogância e atropelo”.
No entanto, falou da possibilidade de candidatura única, ou
com dois, três ou mais partidos, mas apenas se estiver de acordo com a “vontade
da sociedade e dos partidos que estão representados”.
*As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.