AFP |
Da
Agência Brasil
Ao menos 30 crianças morreram nas duas primeiras semanas de
2018 pelo aumento da violência na Síria, especificamente, na região de Ghouta
Oriental, na periferia da capital Damasco, denunciou nesta segunda-feira (15) o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). As informações são da EFE.
Em um comunicado, com data de ontem, mas divulgado hoje, o
representante do Unicef na Síria, Fran Equiza, declarou que "é chocante
que mais de 30 crianças tenham morrido na escalada de violência em Ghouta
Oriental só nos primeiros 14 dias do ano".
Equiza lembrou que o Unicef estima que há cerca de 200 mil
crianças presas nessa região, que está sob conflitos desde 2013.
Na província de Idlib, o responsável do Unicef destacou que
dezenas de crianças e mulheres morreram ou ficaram feridas pelas hostilidades,
enquanto calcula-se que cerca de 100 mil civis foram obrigados a deixar seus
lares nas últimas semanas.
"Enquanto a maioria dos pais de todo o mundo têm a
esperança de um futuro para os seus filhos com o ano novo, as mães e os pais na
Síria choram a perda dos filhos que morreram", lamentou Equiza.
O responsável pelo Unicef considerou que "é
vergonhoso" que, depois de quase sete anos, o conflito continue vitimando
crianças e adolescentes na Síria, enquanto o resto do mundo apenas observa.
Na nota, Equiza fez menção especial sobre a situação em
Ghouta Oriental, onde o Unicef recebeu informações de que os civis estão
buscando refúgio debaixo da terra para protegerem suas vidas.
"Duas instalações médicas foram atacadas nos últimos
dias em Ghouta Oriental e a maioria dos centros de saúde estão fechados por
causa da violência. Em algumas áreas, a única forma de oferecer tratamento
médico e ajuda às famílias é através das clínicas de emergência móvel", contou
o responsável do Unicef.
Os centros de saúde não são os únicos que fecharam as
portas nessa região da periferia de Damasco, mas também as escolas.
Equiza também denunciou os ataques a centros de saúde em
Idlib, onde o hospital obstétrico-pediátrico de Maarat al Numan foi atacado em
três ocasiões, o que causou a morte de dois de seus trabalhadores e deixou o
local fora de serviço.