Presidente Michel Temer durante gravação do Programa do Ratinho Foto: Alan Santos/PR |
Marcelo
Brandão - Repórter da Agência Brasil
O presidente Michel Temer voltou a afirmar nessa
segunda-feira (30), no programa do Ratinho, que sem a reforma, a Previdência
vai quebrar. Ele respondeu a perguntas do apresentador e a outras gravadas na
rua, por cidadãos comuns. Temer havia conversado também sobre a reforma da
Previdência no programa Silvio Santos, exibido no domingo (28).
“A Previdência quebra. Você veja o caso da Grécia e de
Portugal. Há pouquíssimo tempo, foi preciso fazer [nesses países] uma reforma
da Previdência e cortar pensões de aposentados e vencimentos de servidores
públicos porque tardaram muito a fazer a reforma”, disse Temer. “Nós estamos
pensando em impedir uma reforma muito mais radical. Porque se não fizermos
agora, daqui a dois, três anos no máximo, teremos uma reforma radical que vai
prejudicar os aposentados”, completou.
O presidente gravou sua participação no Programa do Ratinho
no dia 18 de janeiro. A conversa foi exibida na noite de ontem (29) pelo SBT.
Questionado pelo apresentador sobre as empresas com dívidas com a Previdência,
Temer disse que a Advocacia-Geral da União (AGU) está acionando judicialmente
todas as empresas.
“A AGU moveu ação contra todos os devedores. As ações estão
correndo. Algumas são pagas, outras demoram. Em outras, a empresa pediu
recuperação judicial ou foi à falência”, disse ele, lembrando que a dívida da
Previdência é de R$ 189 bilhões. “Para sairmos desse buraco, temos que fazer [a
reforma]”.
A entrevista teve linguagem informal, típica do programa. O
apresentador buscava uma resposta simples e direta. “Vai mudar alguma coisa
para quem se aposenta por doença?”, perguntou Ratinho. “Não há nenhuma
modificação em relação a esse tema. A aposentadoria por invalidez vai continuar
da mesma maneira”, respondeu o presidente.
A uma pergunta de uma pessoa na rua, Temer disse que os
aposentados e aqueles que já têm direito à aposentadoria não serão afetados
pela reforma. Também respondeu que a reforma vai trazer igualdade de
aposentadoria entre servidores públicos e inciativa privada, e também entre
políticos e os demais trabalhadores.
Em seguida, fez um apelo à audiência do programa. “O que eu
gostaria de pedir aos telespectadores é que mandem carta para deputado,
senador, mostrando que é fundamental para a aposentadoria. O deputado vai fazer
ecoar no Congresso a voz do povo. Se o povo estiver de acordo, ele se sente
confortável para votar [a favor da reforma]”.
Votos
Dos 308 votos necessários para a aprovação da reforma da
Previdência na Câmara, o governo tem 275, nas contas do relator, deputado
Arthur Maia (PPS-BA). Após reunião com o ministro da Secretaria de Governo,
Carlos Marun, na semana passada, Maia afirmou que o governo tem pelo menos 275
votos favoráveis.
Segundo Marun, a votação vai ocorrer no dia 19 de fevereiro
e o governo está confiante em conseguir os votos necessários.
Edição:
Graça Adjuto