Michael Melo/Metrópoles |
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Metrópoles
Após passar três meses na prisão de Bangu (RJ), no ano
passado, o empresário Eike Batista revelou, em entrevista ao jornal O Globo
veiculada neste domingo (11/2) que deseja “se reinventar”. O milionário
pretende concorrer a uma vaga no Senado Federal, segundo disse. O fundador do
grupo EBX afirmou estar, inclusive, em conversas com partidos políticos, mas
ainda “estuda possibilidades”.
“Estou conversando com partidos. Já me procuraram, mas eu
prefiro não comentar por ora. Tem muita gente que acha que eu posso
contribuir”, afirmou Eike à publicação. Investigado no âmbito da Operação Lava
Jato, o empresário afirmou não ter nenhum impedimento legal para concorrer a
cargos eletivos. “Não fui sequer julgado em primeira instância”, informa. Pela
Lei da Ficha Limpa, são barradas apenas as candidaturas de condenados em
segunda instância.
O milionário refutou que esteja em busca de foro
privilegiado. “Eu quero ajudar. Eu preciso me reinventar. Hoje, sou
provavelmente a maior fake news do mundo. Ninguém sabe o que eu fiz pelo
Brasil. Vou mostrar o que eu já fiz”, comentou. O empresário disse ser possível
conciliar o mundo empresarial com a vida pública. “Não vou parar de trabalhar.
Blairo Maggi [ministro da Agricultura] está lá. Ele toca os negócios e a
política”.
Prisão
Na entrevista, Eike Batista também revelou sua rotina na
prisão de Bangu, no Rio de Janeiro. “No começo foi engraçado. Toda a hora vinha
gente da Seap [Secretaria da Administração Penitenciária], passava em frente à
minha cela e olhava para dentro. Gente curiosa, querendo checar se era eu mesmo.
Eu me sentia como um tigre-branco-de-bengala, um albino, né?”, disse.
Apesar de revelar ter tido medo de ser alvo de agressões,
Eike afirmou que foi bem recebido na prisão. “Tem muita gente boa. Metade das
pessoas não devia estar lá”, disse o empresário, quem conta 36 amigos do tempo
de cárcere. “Tentei ajudar alguns, mas procurei evitar para não virar outra
bagunça”, completou.