foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil |
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou
nesta terça-feira (6/2) que se a reforma da Previdência não for aprovada em
fevereiro, o governo vai partir para "uma política de administração de
danos". Segundo ele, o governo de Michel Temer tem como chegar ao fim, sem
a reforma. Em evento da Associação Brasileira de Relações Institucionais e
Governamentais (Abrig), que luta pela regulamentação do lobby no Brasil, o
ministro também disse que o projeto de privatização da Eletrobras tem chance de
ser aprovado este ano.
Marun reafirmou a defesa da aprovação da reforma da
Previdência, mas fez questão de destacar que o governo não vai deixar a
discussão do tema passar de fevereiro. Para ele, esse é um direito do governo.
O ministro criticou os governadores que, "de dia criticam a reforma e à
noite rezam por ela". Ele mencionou dois Estados governados pelo PT em que
o déficit previdenciário é elevado: Minas Gerais, com R$ 16 bilhões em 2017, e
Piauí, com R$ 1 bilhão no ano passado.
O ministro também criticou os parlamentares que dizem que a
reforma é necessária, mas que não há clima para a sua aprovação. "Preferem
passar por covardes do que burros". Com ironia, disse que era melhor então
"chamar a moça do tempo". Marun reconheceu que não há votos para a aprovação
da reforma e fez um apelo para que aqueles que são favoráveis briguem por ela.
"Nossa torcida precisa entrar em campo", disse. "Votar contra a
reforma também tira voto", alertou.
Comparação
O ministro avaliou que Michel Temer é o maior presidente da
história do Brasil "por hora de mandato" e que, mesmo diante de uma
barragem de notícias mentirosas, tem se mantido duro como uma rocha. "Por
muito menos, Getúlio Vargas se deu um tiro."
Marun ainda atacou o Judiciário. "Será que esse
ativismo político de juízes não começa a tirar a credibilidade do
Judiciário?", perguntou. Ele chegou a citar a condenação do ex-presidente
da República Luiz Inácio Lula da Silva, que, mesmo punido com pena de 12 anos
de prisão, é líder nas pesquisas eleitorais. "Será que são só os políticos
que estão sem credibilidade?", completou.
O ministro também usou decisão judicial recente que impediu
um navio com cerca de 25 mil cabeças de gado de deixar o Porto de Santos rumo à
Turquia. Para ele, é o tipo de decisão de quem não conhece do assunto. E também
voltou a defender a nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como
ministra do Trabalho, no que recebeu apoio da presidência da Abrig.