Mulher manda matar marido para se 'livrar' de agressões, vai ao velório e é presa, em RO

Marido de suspeita, Flordinaldo Kister, trabalhava como mecânico
(Foto: Facebook/Reprodução)


Por Jeferson Carlos, G1 Ariquemes e Vale do Jamari

Uma mulher foi presa por ter mandado matar o marido a tiros enquanto ele dormia na própria casa, em Buritis (RO), a mais de 300 quilômetros de Porto Velho. Segundo divulgou a Polícia Civil nesta sexta-feira (16), a esposa confessou o crime logo após ser retirada do velório do marido, um mecânico da prefeitura. Em depoimento, a suspeita de 35 anos disse que decidiu matar Flordinaldo Kister porque ela e o filho foram agredidos várias vezes pela vítima.
Ao G1, o delegado responsável pelo caso, Lucas Torres, contou que uma equipe começou a investigar o crime na última quarta-feira (14). Com o auxílio de algumas imagens de câmeras de segurança próximo à residência, os agentes observaram que apenas a esposa e o enteado da vítima, de 18 anos, tiveram acesso no local do crime, fato que levou a buscarem a mulher e o filho no velório do mecânico.

“Nós buscamos ela no velório da vítima. Levamos para a delegacia, apresentamos algumas provas que nós tínhamos e ela começou a entrar em contradição e não conseguiu apresentar uma versão para explicar as provas da polícia, que indicavam a participação dela. E aí ela acabou por confessar e disse que havia contratado uma pessoa pelo valor de R$ 6 mil para assassinar o marido", relata o delegado.

De acordo com o delegado, a suspeita revelou que planejou o crime, pois o matrimônio dela era bastante turbulento, sendo que o marido a agredia constatemente.

“O marido tinha dito anteriormente que ela só ia ter paz no dia que ela matasse ele ou quando ele matasse ela. E então ela acabou ficando com medo, conheceu esse executor, o qual disse que ajudaria ela a se livrar desse problema. Em determinado dia, ela então o prometeu uma quantia em dinheiro e ele ficou de matar o marido dela, assim como fez”, explica Lucas Torres.


O filho da infratora, que é enteado da vítima, também foi preso e a Polícia Civil investiga se esse possui participação no crime, pois a mãe dele disse que a vítima batia constantemente no filho.

“Temos a suspeita de que o enteado da vítima conhecia o plano da mãe, pois as câmeras mostram ele entrando na residência mais de uma vez depois que a vítima já estava em óbito. Eles levaram muito tempo para acionar a PM e, provavelmente, ele tinha conhecimento do plano e estava auxiliando a mãe conforme o planejado. Como ele apanhava, possuía motivos em tese para o crime”, comenta Lucas.

Segundo a Polícia Civil, a mãe e o filho foram presos em flagrante e foram encaminhados para o Centro de Ressocialização Jonas Ferreti, em Buritis.

Os dois aguardam pelo término do inquérito presos, mas podem ser soltos pela Justiça após a audiência de custódia. A Polícia Civil realiza buscas para capturar o executor do crime e caso ele não seja encontrado, um mandado de prisão deve ser pedido no judiciário.

Crime

O homem de 41 anos foi morto com um disparo na quarta-feira (14), dentro da própria casa no Setor 3, em Buritis. A vítima era servidor da prefeitura do município e prestava serviços desde 2011, como mecânico de veículos pesados para a Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri).

Conforme a Polícia Militar (PM), a esposa da vítima abordou uma viatura que passava pela Avenida Rondônia e disse ter recebido uma ligação do filho dela dizendo que o marido tinha sido baleado dentro da casa.

Os policiais acompanharam a mulher até a moradia do casal, onde encontraram o homem deitado na cama com um ferimento na cabeça. O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi ao local e confirmou a morte.

Aos policiais, o enteado da vítima disse que saiu para ir comprar carne, enquanto a esposa do mecânico disse que buscaria a filha dela para participar do jantar. A vítima então, resolveu que descansaria até que eles voltassem.


A esposa disse à PM que resolveram fazer um churrasco para se despedir do marido, que iria para Pimenta Bueno (RO) no dia seguinte, onde passaria um período, pois estava recebendo ameaças de um suspeito por telefone. O servidor público sofreu uma tentativa de homicídio em dezembro de 2017, onde foi atingido por três disparos de arma de fogo e desde então, passou a ser ameaçado.

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