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Redação Correio 24h
Voluntários que atuam em
nome das Nações Unidas (ONU) e outras organizações internacionais de caridade
são acusados de abusar sexualmente de Mulheres na Síria. Os relatos foram coletados
pela BBC e revelam que comida e carona são ofertadas em troca de sexo na
região.
O assunto, no entanto, é
antigo e já foram feitos diversos alertas de abuso na região há cerca de três
anos. No entanto nada parece ter mudado já que continua a acontecer casos
similares no sul do país, segundo relatório lançado neste ano com base em dados
reunidos em 2017.
As agências ligadas à ONU
e instituições de caridade mencionadas se pronunciaram sobre a situação e
declararam que não toleram nenhum tipo de violência e se defendem dizendo
desconhecer casos concretos de abusos envolvendo suas respectivas organizações
parceiras na região.
Os relatos feitos à BBC
denunciam que os casos de exploração sexual são tão comuns que algumas mulheres
sírias já se recusam a ir aos centros de distribuição de suprimentos temendo
que elas estejam indo ao local para oferecer seus corpos em troca de
mantimentos e remédios.
Um trabalhador da região
que preferiu não se identificar declarou que algumas das organizações citadas
estão simplesmente fechando os olhos para os casos de abusos e exploração
sexual. Isso porque a única forma de levar ajuda às áreas mais perigosas da
Síria é por meio de autoridades locais e de terceiros.
O Fundo de População das
Nações Unidas (UNFPA), organismo da ONU responsável por questões populacionais,
produziu um relatório para avaliar a violência de gênero na região em 2017 e
concluiu que a assistência humanitária está sendo ofertada em troca de sexo em
várias regiões da Síria.
O relatório que recebeu o
nome de "Voices from Syria 2018" (Vozes da Síria 2018, em português)
afirma que "há exemplos de mulheres e adolescentes se casando oficialmente
por um curto período de tempo para oferecer 'serviços sexuais' em troca de
refeições, de agentes pedindo os números de telefone de mulheres e garotas, de
ofertas de carona até em casa em troca de passar a noite com elas".
O documento diz ainda que
as mulheres sem um protetor do sexo masculino, como as viúvas e divorciadas, ou
as que foram forçadas a deixarem suas casas estão mais vulneráveis à exploração
sexual.