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Patrik Stollarz / AFP
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Bruno Marinho, da Agência O Globo
Esqueça qualquer possibilidade de vingança. Se é que alguém
cogitou comparar o amistoso desta terça-feira com a semifinal da Copa do Mundo
de quatro anos atrás, Joachim Löw, técnico da Alemanha, tratou de tirar o peso
de revanche ao escalar uma equipe praticamente reserva. Ainda assim, a vitória
de 1 a 0 do Brasil no estádio Olímpico de Berlim ajudou a consolidar algumas
impressões antes a 79 dias da Copa do Mundo.
A primeira: o trauma está superado. Durante o primeiro
tempo equilibrado, a Alemanha teve um pouco mais de posse de bola (57% contra
43%) e em certos momentos conseguiu pressionar a equipe brasileira. Porém,
diferentemente do que aconteceu em 2014, não houve apagão. A equipe de Tite se
manteve compactada, diminuiu os espaços. Tanto é que o jogo de toque de bola
dos alemães deu lugar a um número excessivo de cruzamentos na área.
A segunda: talvez não seja a solução ideal, mas Paulinho
pode atuar como o tal "ritmista" de Tite. Contra a Alemanha, atuou
mais avançado no meio, coberto pela presença de Casemiro e Fernandinho mais
recuados. Com personalidade, fez bem a ligação entre meio e ataque,
especialmente quando a equipe jogou nos contra-ataques.
No primeiro tempo, foram em dois avanços em velocidade que
o Brasil criou suas melhores chances de gol. Na primeira, Gabriel Jesus perdeu.
Aos 37 minutos, ele foi certeiro, aproveitou o bom cruzamento de Willian e a
falha na marcação alemã para cabecear livre, sem nem sair do chão: 1 a 0
Brasil.
Depois do intervalo, a seleção de Tite voltou mais ligada
que os alemães. Coutinho, Willian, Gabriel Jesus e Paulinho levaram perigo, mas
perderam boas chances. A Alemanha começou a mexer logo aos 15 minutos e
desfigurou ainda mais seu time reserva, enquanto que o Brasil seguiu igual até
a entrada de Douglas Costa no lugar de Philippe Coutinho, aos 27. Foi a única
mudança, tamanha seriedade com que encarou o jogo.
Nos últimos 15 minutos, a partida em Berlim ganhou ares
dramáticos para os visitantes. Suportar a pressão foi bom, mas não deixou de
revelar algo preocupante para o Brasil. Na equipe de Tite, o desfalque era
basicamente Neymar, lesionado. Entre os alemães, os titulares poupados foram
vários. Ficou a sensação de que os atuais campeões têm mais reserva de jogo do
que os brasileiros, possibilidade de atuarem bem melhor do que nesta sexta,
enquanto que o Brasil precisou entregar seu máximo.