UFRB
Relacionado
a essa superpopulação de moscas está o vetor de doenças. Quando a mosca se
alimenta, transmite diversos parasitas. É o que alerta o professor e
pesquisador Carlos Alfredo Lopes de Carvalho, do Programa de Pós-Graduação em
Ciência Animal do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB)
da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Segundo
Carlos Alfredo, de uma forma geral, as atividades metabólicas dos insetos são
aceleradas em períodos mais quentes. Alguns insetos, como as moscas da ordem
Diptera, são mais atraídos pela umidade e aparecem em maior número na época das
chuvas. Elas também são beneficiadas pela decomposição da matéria orgânica
nessas ocasiões, devido ao aumento da vegetação. “A matéria orgânica é
utilizada como alimento pelas suas larvas”, explica o pesquisador, líder do
Grupo de Pesquisa Insecta.
Além disso,
normalmente, as moscas possuem ciclo de vida curto e podem efetuar muitas
posturas (calores) antes do período das chuvas. “Dessa forma, pode ocorrer
sobreposição de posturas, que vão se acumulando mais diferentes substratos de
oviposição”.
Para
Carlos Alfredo, os embriões dentro desses ovos podem ficar em um tipo de parada
de desenvolvimento, conhecida por diapausa, durante os períodos mais secos.
Quando ocorrem as chuvas e aumenta a disponibilidade de matéria orgânica em
decomposição observamos uma explosão populacional, como se verifica nos dias
atuais. “A combinação de calor (postura), chuva (umidade) e matéria orgânica
(alimento) é a responsável pelo número excessivo das moscas”, diz o
pesquisador.
Carlos
Alfredo ressalta que a velocidade da proliferação das moscas se constata com a
curta vida dos insetos. “A duração da infestação depende da interrupção dessas
condições que favorecem ao inseto. Normalmente por volta de 20 a 30 dias”.
Riscos e prevenção
Além do
incômodo que as moscas têm causado, há risco de contaminação e transmissão de
doenças por meio de microrganismos. “É comum nessa época problemas
com giárdias, amebas e infecções por bactérias. Os casos de diarréia nessa
época também podem aumentar”.
Entre as
precauções que ajudam a reduzir a população de moscas nos estabelecimentos e os
riscos de contaminação pode-se lavar sempre as mãos várias vezes ao longo do
dia; lavar os alimentos antes de comer; evitar deixar alimentos ou mesmo restos
de alimentos em ambientes abertos; tratamento correto do lixo; manutenção dos
cestos de lixo fechados, preferencialmente utilizar o modelo com a tampa
acionada pelo pé; uso de telas nas janelas do ambiente de preparação dos
alimentos; passar pano molhado com um pouco de vinagre no estabelecimento,
após fazer a limpeza geral do local; e limpeza das áreas externas.
Por
último, de acordo com Carlos Alfredo, se necessário, contratar um profissional
de dedetização, evitando risco de contaminação com produtos químicos.