Agência Brasil
Começa neste domingo (17), às 15h contra a Suíça, mais
uma participação brasileira em Copas do Mundo. E com ela, um turbilhão de
emoções a cada lance e a cada disputa de bola culmina naquele momento único,
onde o coração parece não se aguentar: o gol da Seleção Brasileira. Ele dispara
e, em meio a essa carga de adrenalina, detalhes como suor frio, palpitações e
respiração ofegante passam despercebidamente pelo torcedor ou torcedora.
É tanta a magia que
envolve esse momento que parece ser natural a vista ficar turva, um aperto no
peito, uma palidez no rosto. Pois bem, segundo cardiologistas consultados pela
Agência Brasil, esses sintomas que parecem até naturais em meio a um jogo de
Copa do Mundo na verdade podem indicar que há algo de errado no coração desse
torcedor. “Nesse caso, é de extrema importância que se procure uma emergência
cardiológica”, alerta o cardiologista especialista em arritmia Benhur Henz.
“Sem dúvida as emoções [de uma Copa] podem aumentar os eventos cardiovasculares. Grandes momentos de tensão ocasionam descargas adrenérgicas [de adrenalina] aumentando risco de crises hipertensivas, angina, arritmias. Inclusive existem estudos observacionais que correlacionam período de Copa com um maior número de eventos cardiovasculares, especialmente em jogos do Brasil, quando ocorre um aumento de infarto agudo do miocárdio”, acrescentou.
“Sem dúvida as emoções [de uma Copa] podem aumentar os eventos cardiovasculares. Grandes momentos de tensão ocasionam descargas adrenérgicas [de adrenalina] aumentando risco de crises hipertensivas, angina, arritmias. Inclusive existem estudos observacionais que correlacionam período de Copa com um maior número de eventos cardiovasculares, especialmente em jogos do Brasil, quando ocorre um aumento de infarto agudo do miocárdio”, acrescentou.
Citando dados do
estudo Copa do Mundo de Futebol como Desencadeador de Eventos Cardiovasculares,
da Universidade de São Paulo (USP), o diretor da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC), Anderson Rodrigues, explica que as ocorrências de infarto
aumentam de 4% a 8% entre brasileiros, durante os jogos da Copa.
Emoções boas ou ruins
As emoções que aumentam os riscos de problemas no coração, citados pelos cardiologistas, podem ser tanto boas como ruins. “Ansiedade, rancor, alegria, tristeza ou mesmo amor são emoções que resultam em descargas de adrenalina na circulação sanguínea, e acabam causando sinais como suor frio, palpitações e alterações na pressão arterial”, disse Rodrigues.
As emoções que aumentam os riscos de problemas no coração, citados pelos cardiologistas, podem ser tanto boas como ruins. “Ansiedade, rancor, alegria, tristeza ou mesmo amor são emoções que resultam em descargas de adrenalina na circulação sanguínea, e acabam causando sinais como suor frio, palpitações e alterações na pressão arterial”, disse Rodrigues.
Essas alterações na
pressão podem ser silenciosas, mas também podem resultar em derrame ou infarto.
“Entre esses dois extremos, tudo pode acontecer”, ressalta Rodrigues,
referindo-se a sintomas como uma dor de cabeça que pode ou não incidir mais
especificamente na nuca, até palidez facial, turvação visual e os chamados
escotomas [pontos brilhosos na vista].
“Diante de qualquer
sintoma ou sinal suspeito, o torcedor não deve, em hipótese alguma, esperar
acabar o jogo para procurar atendimento médico”, enfatiza o diretor da SBC ao
incluir, também entre os sintomas, dores no peito que podem irradiar para o
braço ou dor na mandíbula.
No caso de pessoas
que estejam sozinhas e sintam esses sintomas, o mais indicado é que, de
imediato, acione o Samu, pelo telefone 192, ou o corpo de bombeiros, pelo 196.
Prevenir e remediar
De acordo com os cardiologistas, uma estratégia boa a ser adotada para evitar que a emoção coloque em risco o coração é a de tentar assistir ao jogo com tranquilidade; evitar o uso de álcool e tabaco; fazer uma alimentação leve, pobre em gorduras; e buscar lugares arejados ou frescos. “O excesso de estresse, sem dúvida, atrapalha. Devemos agir de forma racional, evitando a paixão excessiva e discussões sem necessidade”, sugere Benhur.
De acordo com os cardiologistas, uma estratégia boa a ser adotada para evitar que a emoção coloque em risco o coração é a de tentar assistir ao jogo com tranquilidade; evitar o uso de álcool e tabaco; fazer uma alimentação leve, pobre em gorduras; e buscar lugares arejados ou frescos. “O excesso de estresse, sem dúvida, atrapalha. Devemos agir de forma racional, evitando a paixão excessiva e discussões sem necessidade”, sugere Benhur.
“Claro que, diante de
um jogo muito disputado, muitas pessoas podem não conseguir se manter
suficientemente tranquilas. Nesses casos, o recomendável, pelo menos para quem
já tem diagnosticado algum problema desse tipo [cardíacos, de pressão ou que já
tenha passado por infarto], é falar antes com um médico para saber o que fazer,
casos eles ocorram. Há medicações e terapias que podem minimizar os riscos”,
disse Rodrigues.
A prática rotineira
de atividades esportivas e meditação pode ajudar, mas em muitos casos elas
podem não ser suficientes. Por isso, é aconselhável que torcedores que já têm
acompanhamento médico não deixem de tomar seus remédios nos dias dos jogos.
“Em algumas pessoas,
o grau de ansiedade não será controlado apenas com tratamento não-medicamentoso,
como Yoga, meditação, esportes e demais atividades físicas. Essas pessoas
precisarão de tratamentos medicamentosos, mas é fundamental que essa medicação
seja usada conforme orientação médica”, orienta Rodrigues.