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Agência
O Globo
O índice de insatisfação e infelicidade no ambiente
corporativo está alto. De acordo com a pesquisa realizada em 21 estados, no ano
passado, pelo consultor de carreiras Fredy Machado, para seu livro "é
possível se reinventar e integrar a vida pessoal e profissional", cerca de
90% das pessoas estão infelizes em seus trabalhos. Desse percentual, 36,52% dos
profissionais estão infelizes com o trabalho que realizam e, 64,24% gostariam
de fazer algo diferente do que fazem hoje para serem mais felizes. Para o autor
da pesquisa, o descontentamento é provocado por uma série de motivos. O
principal deles é a definição da profissão muito cedo ou através de imposição
dos pais.
_Trabalhamos a vida inteira sem um propósito definido e no
automático, apenas para ganhar dinheiro.- afirma.
A pesquisa de Machado também revelou que 60% dos
entrevistados não têm tempo suficiente para cuidar da saúde. Dado
representativo que o autor sentiu na pele: antes de atuar como consultor, era
dono de sete empresas e vivia uma rotina de má alimentação, poucas horas de
sono e muitas de trabalho, que culminou numa angina.
No Brasil, estima-se que 5,8% da população sofram com
depressão, tornando o país o quinto do planeta com maior número de casos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença que será a segunda
principal causa mundial de afastamento de profissionais até 2020. No ano de
2016, a Previdência Social registrou afastamento de 75,3 mil trabalhadores por
causa de quadros depressivos, sendo 37,8% do total de licenças por distúrbios
psíquicos.
O professor de inglês das redes municipal e estadual de
educação do Rio de Janeiro, Márcio Virgílio da Costa, faz parte dessa
estatística. O educador já estava incomodado com o desinteresse das crianças e
adolescentes pelo conteúdo e também com a falta de estrutura das escolas
quando, em novembro de 2017, foi vítima de uma brincadeira de mau gosto de uma
turma de oitavo ano do fundamental.
_Os alunos fizeram uma armadilha. Quando entrei na sala, a
lata de lixo caiu na minha cabeça. Desde então, entrei em um espiral de
tristeza e desânimo. – relatou.
Virgílio começou a fazer tratamento psiquiátrico e foi
afastado do trabalho porque a depressão impedia-o de sair de casa. Na última
semana, o professor recebeu alta do INSS e foi direcionado para uma nova
escola, mas teme não conseguir executar o seu ofício porque ainda não se sente
recuperado.