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A advogada Naiara Baldanza, que defende o médico Denis
César Barros Furtado, conhecido como "Doutor Bumbum", afirmou que o
seu cliente pretende se entregar, mas não revelou onde e quando isso vai
acontecer. Naiara não respondeu porquê Denis atendia sem registro, realizava
procedimentos em casa, nem sobre as investigações que vieram a tona depois da
morte bancária Lilian Calixto, de 46 anos, logo após procedimento estético
realizado por Denis.
A advogada disse que o procedimento de Lilian não teve
nenhuma complicação, de acordo com informações passadas a ela por Denis. A
entrevista foi realizada em Brasília, no início da noite desta quarta-feira.
— De acordo com as informações que eu recebi ela não
apresentou nenhuma complicação — afirmou.
Segundo ela, o "Doutor Bumbum" passou a sofrer de
síndrome do pânico depois que a mãe dele, Maria de Fátima Barros, começou a ter
problemas de depressão após perder o registro para exercer a medicina. Esse
seria um dos motivos para Denis ainda não ter se entregado à polícia.
— A Dr. Fátima passou por depressão depois dos problemas
com o CRM. E ele começou a desenvolver uma síndrome do pânico. Então há um
motivo para ele não se entregar e o contexto não é de impedir os procedimentos
da justiça — completou.
Segundo ela, o médico foi impedido de acompanhar os
procedimentos a Lilian foi submetida no hospital particular em que foi atendida
após passar mal.
Denis e sua mãe continuam procurados. A Justiça do Rio
expediu mandado de prisão contra Denis e Maria de Fátima Barros, de 66 anos,
que teve a carteira profissional cassada pelo Conselho Regional de Medicina do
Rio (Cremerj). Denis também não poderia exercer a profissão no Rio porque não
tinha registro do Cremerj.
Entenda
o caso
Lilian Calixto morreu na madrugada do domingo (16), horas
após ser submetida a um procedimento estético para aumentar o glúteo, realizado
em uma cobertura na Barra da Tijuca. Segundo parentes, a vítima saiu de Cuiabá,
no Mato Grosso, no sábado, dia 14, para realizar as aplicações de silicone com
Denis. O procedimento teria custado R$ 20 mil.
Após a intervenção, a bancária teve complicações e foi
encaminhada pelo próprio médico para um hospital particular, também na Barra,
aonde chegou ainda lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão.
Ela teve quatro cardiorrespiratórias e não resistiu. A
hipótese inicial levantada sobre as causas da morte seria embolia pulmonar, devido
à aplicação de produto sintético.
O médico teria usado a substância PMMA na bancária. A sigla
significa polimetilmetacrilato, material parecido com plástico, composto por
microesferas e utilizado para fazer preenchimentos corporais e faciais. O
produto é aprovado pelo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas
indicado para situações pontuais e em pequenas quantidades.