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Ao receber a notícia de seus
advogados, na manhã deste domingo, que havia uma decisão para libertá-lo, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sorriu, mas demonstrou ceticismo sobre
o cumprimento da revogação de sua prisão. Um dos que estiveram com Lula, preso
em uma sala especial da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, foi o
deputado federal Wadih Damous, autor do pedido de habeas corpus acatado pelo
desembargador Rogério Favreto. Segundo ele, apesar da guerra jurídica travada
no Tribunal Regional da 4ª Região, a rotina do ex-presidente não se alterou na
prisão.
— O Lula sorriu, porque está
sempre sorrindo, mas em nenhum momento demonstrou euforia. Ele reagiu à notícia
do habeas corpus com ceticismo, não acredita que vão libertá-lo — disse o
parlamentar.
Apesar disso, ao tomar
conhecimento que a decisão do desembargador Rogério Favreto havia sido revista
pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, Lula demonstrou irritação.
— Quando se confirmou o que ele
já esperava que aconteceria, ele ficou indignado — complementou Damous.
Desde que recebeu seus advogados
de manhã, Lula passou o domingo sem banho de sol. Ele ficou na sala reservada
onde cumpre pena a 12 anos e um mês na Polícia Federal pela condenação no caso do
tríplex do Guarujá.
De lá, do último andar do prédio
da PF, mal pode ouvir o coro dos seus apoiadores que festejavam do lado de
fora, já que a sala onde fica é interna e o som chega muito abafado. Lula
também não pôde ver a confusão que se instalou entre seus advogados e os
agentes desde que o despacho do desembargador da segunda instância Rogério
Favreto foi publicado após às 9h.
Os defensores insistiam na
libertação do petista, enquanto que os policiais hesitavam em tomar qualquer
medida diante de uma sucessão de decisões judiciais que mandavam prender e/ou
soltar.
Até as 18h, a PF não havia se
manifestado oficialmente sobre se iria cumprir a ordem de soltura de Favreto.
Nos bastidores, a informação é de que os policiais vão aguardar a manifestação
do presidente do TRF4 Thompson Flores que foi instado por um advogado a se
manifestar sobre o caso sobre a prisão ou a soltura do petista.