Agência O Globo
Os rinocerontes-brancos estão entre os maiores animais das
savanas e pradarias africanas, alcançando até 3,6 toneladas, mas são cobiçados
por caçadores apenas pelos seus chifres. Para tentar conter a matança, alguns
parques e reservas ambientais mantém programas de remoção dos cornos, mas nem
esta medida drástica impede a ação de criminosos. No Kragga Kamma Game Park, em
Porto Elizabeth, na África do Sul, Bella, uma fêmea de 20 anos, foi morta apesar
de ter apenas um centímetro de chifre.
“Uma tragédia caiu sobre a nossa
família de rinocerontes no Kragga Kamma Game Park. Nossa linda matriarca foi
brutalmente assassinada por caçadores e seu filhote, Tank, ficou órfão”,
escreveu o parque, em comunicado no Facebook. “De forma inacreditável, ela e
seus companheiros de rebanho tiveram seus chifres removidos uma semana antes.
Está além da compreensão que ela tenha sido morta por apenas um centímetro de
chifre”.
A carcaça da rinoceronte foi
encontrada no fim do mês passado, com o filhote ao seu lado. A preocupação dos
veterinários do parque é que Tank tem apenas 16 meses, ainda dependente do
leite da mãe. Normalmente, os rinocerontes desmamam apenas após os dois anos.
A África do Sul é lar de 80% dos
rinocerontes do mundo, mas sofre para combater a caça ilegal. Os chifres de
rinocerontes são extremamente valorizados no mercado asiático. A estimativa é
que um quilo de chifre possa valer até US$ 75 mil, mais valioso que ouro ou
cocaína.
Diferente dos marfins dos
elefantes, os chifres de rinocerontes são de queratina, o mesmo material
presente nas nossas unhas. Eles continuam crescendo ao longo da vida do animal,
a uma taxa de 10 centímetros por ano, por isso muitos parques removem os
chifres de tempos em tempos, numa tentativa de afastar os caçadores.
Mesmo assim, a medida parece não
conter a gana dos criminosos. O número de rinocerontes mortos disparou nos
últimos anos, subindo de apenas 13 em 2007 para mais de mil no ano passado.
O rinoceronte-branco do sul é a
única espécie de rinoceronte não listada como em risco de extinção, com mais de
20 mil exemplares vivos. Mas seus primos do norte estão à beira da extinção,
pois o último macho vivo morreu em março deste ano. Restam apenas duas fêmeas
adultas e a última esperança para a espécie é a reprodução in vitro.