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No último final de semana, uma
decisão do TRF-4 ordenou a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). Imediatamente, centenas de amigos e aliados do petista se manifestavam e
comemoravam. A mesma lealdade, no entanto, não é observada quando o assunto é
Geddel Vieira Lima: políticos que se beneficiaram dos atos do emedebista
simplesmente hoje fingem que nunca sequer ouviram falar seu nome.
Preso desde setembro do ano
passado no Presídio da Papuda, Geddel se viu abandonado pela esmagadora maioria
de seus antigos apoiadores. O PMDB, seu partido, deixou de existir na
Assembleia Legislativa da Bahia, uma vez que os deputados estaduais todos
deixaram a legenda na última janela partidária. Na Prefeitura de Salvador, Gustavo
Ferraz, seu ex-braço direito, foi demitido.
Os indicados de Geddel que
continuam na administração municipal adotaram uma lei do silêncio quando o
assunto é o ex-ministro. Um deles, por exemplo, é Fábio Mota, secretário
municipal de mobilidade. Desde o início do ano, ele diz em entrevista a
jornalistas que há muito tempo sua relação deixou de ser com Geddel e passou a
ser diretamente com o prefeito ACM Neto (DEM).
Outro indicado por Geddel é Almir
Melo, secretário municipal de Infraestrutura e Obras Públicas. Ele também diz
por aí, sempre que é questionado, que se “descolou” de Geddel para criar uma
relação de confiança com o próprio Neto.
Mas o passado é implacável: fotos
e vídeos são facilmente encontrados nas redes sociais. E o futuro pode ser
ainda mais cruel: se ingratidão deveria ser crime, qual seria a pena a quem
abandonou o ex-padrinho?