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Uma ex-enfermeira pode estar envolvida num caso de
envenenamento em massa que está chocando o Japão. Após ser detida no fim de
semana, Ayumi Kuboki, de 31 anos, confessou o assassinato de dois pacientes no
Hospital Oguchi, em Yokohama, há dois anos, mas o número de vítimas pode chegar
a dezenas. Em depoimento, ela admitiu ter injetado desinfetante nas bolsas de
administração intravenosa.
Em um período de três meses de 2016, 48 pacientes morreram
de forma atípica no Oguchi. A polícia passou a investigar o caso após traços de
cloreto de benzalcônio — substância química presente no desinfetante usado para
limpar a enfermaria — serem encontrados em dois dos pacientes mortos, Sozo
Nishikawa e Nobuo Yamaki, ambos de 88 anos. Também foram encontrados pequenos
furos em dez bolsas ainda não utilizadas.
Ayumi confessou o assassinato de Nishikawa e Yamaki. A
ex-enfermeira contou ainda que para não ter que lidar com o luto das famílias,
preparava suas ações para que os pacientes morressem quando ela não estivesse
se plantão. De acordo com o jornal “Asahi Shimbun”, Ayumi teria dito aos
policiais ter administrado desinfetante em “cerca de 20” outros pacientes,
mirando apenas aqueles em situação grave.
Entretanto, no início das investigações, em 2016, policiais
admitiram ser difícil estabelecer a causa de todas as mortes suspeitas pois os
corpos já haviam sido cremados.
Ex-colegas se disseram chocados com o envolvimento de Ayumi
na morte dos pacientes. A enfermeira começou a trabalhar no Oguchi em 2015 e
foi afastada apenas no mês passado.
— Nós não fazíamos ideia de que ela era uma funcionária
problemática — disse um funcionário do Oguchi.
Uma profissional que trabalhou com Ayumi em outro hospital
disse que era difícil saber o que se passava na vida da enfermeira, mas ela era
“considerada competente”.