Foto: Divulgação/ CBF |
A perseguição sofrida em campo por Neymar é uma das armas
do Brasil na Copa. Desde a estreia, faltas no craque já renderam aos
adversários seis cartões amarelos, número que o posiciona como o jogador que
mais pendura rivais no torneio.
Contra a Suíça, o camisa 10 amarelou três adversários após
faltas duras: Lichtsteiner, Behrami e Schar. Diante da Sérvia, o advertido foi
Ljajic. Já contra o México, Salcedo e Alvarez sofreram a sanção.
Na estreia, porém, o excesso de quedas de Neymar irritou
até a torcida nacional. Era como se ele optasse por cair em vez de prosseguir
com as jogadas. Mais objetivo nas últimas partidas, o craque melhorou a imagem
junto aos brasileiros com boas atuações.
Contudo, as idas ao chão do craque ainda rendem comentários
revoltosos, sobretudo na mídia estrangeira. Para ex-jogadores brasileiros, é o
seu estilo de jogo arisco que resulta nas muitas faltas sofridas, o que não
significa simulações.
"Ele, infelizmente, é um dos poucos jogadores que
ainda tem a habilidade do drible. É liso e leve, então vai para cima mesmo.
Como os adversários, principalmente os europeus, são mais fortes, ele cai no
contato físico", explica o tetracampeão mundial Zinho.
"A gente aprende no juvenil. Rolar tira a violência da
pancada, você se protege caindo", explica Donizete Pantera.
Após as críticas britânicas, o telhado de vidro
Um momento de Neymar que não foi perdoado pelos críticos ocorreu logo após o pisão do mexicano Layún, segunda-feira. Mesmo com a imagem mostrando a infração, muitos preferiram ressaltar a “teatralidade” do brasileiro na jogada. Como de costume, o ex-atacante inglês Gary Lineker reprovou tal comportamento publicamente. Foi acompanhado pelo também britânico Alan Shearer e pelo ator inglês Matthew Lewis, que fez Neville Longbottom na série de filmes “Harry Potter”.
Quis o destino que justamente um inglês — o volante
Henderson — protagonizasse, ontem, um lance de simulação muito mais claro.
Atingido no peito por uma cabeçada do colombiano Bairros, o jogador foi ao chão
com as mãos no rosto, tentando forçar uma expulsão — o juiz, porém, só deu
amarelo. No segundo tempo, Harry Maguire também tentou ludibriar a arbitragem,
despencando na área mesmo sem ser tocado por um rival.
As cenas renderam críticas às personalidades inglesas nas
redes sociais por conta dos ataques anteriores ao camisa 10 brasileiro.
Questionado, Liniker até tentou se defender: “Eu nunca disse que eles eram
(diferentes). Mas Neymar é o melhor”. Ah, a hipocrisia...
"Não vejo ele sendo “cai-cai”, como muitos falam. Para
mim é um jogador esforçado e muito talentoso", conclui o ex-atacante
Donizete.