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O Correio 24h com a supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier
Adaptação
de texto Web Interativa
Pela primeira vez desde 1990, houve um aumento na taxa de
mortalidade infantil – mortes de crianças com até 1 ano de idade – na Bahia,
assim como no Brasil. Os índices vinham diminuindo ano após ano até chegar a
16,4 óbitos para cada mil nascidos vivos em 2015.
No ano seguinte, veio o aumento: 18. O IBGE, que registra
óbitos, não aponta para alta. O instituto, porém, chama a atenção para a
subnotificação de óbitos.
Individualmente, a situação dos municípios pode ser pior.
Um levantamento feito pelo CORREIO usando o Datasus - o banco de dados do
Sistema Único de Saúde - mostrou que pelo menos 169 cidades têm índices maiores
que o do estado. As dez piores têm taxa superior a 44 mortes para cada mil
nascidos vivos.
Os três primeiros lugares chegam a quase 60: Ribeirão do
Largo (59,2), Feira da Mata (58,82) e Ponto Novo (56,91). Rio do Pires,
Iramaia, Itiruçu e São José da Vitória têm taxa maior do que 50 a cada mil.
Ponto Novo, no Centro-Norte, foi a cidade com a
terceira maior taxa de mortalidade infantil, em entrevista concedida ao Correio
24h a coordenadora da vigilância epidemiológica do município, Kátia Kelly
Borges, afirma que os dados da secretaria são diferentes daqueles do Datasus.
Segundo ela, em todo o ano de 2016, foram registrados dois óbitos infantis: uma
criança de quatro meses com uma cardiopatia e uma de três meses que foi vítima
de um afogamento.
“Não observamos isso (a taxa alta) pelos nossos dados, a
não ser que não seja emitida a declaração de óbito. Em 2017, também tivemos só
dois óbitos e, em 2018, não tivemos nenhum”, contesta ela, que cita ações como
orientação alimentar, visitas domiciliares dos agentes de saúde e grupos de
apoio para as mães.
Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab)
afirmou que a mortalidade infantil “envolve uma série de fatores, a exemplo do
pré-natal, cuidado da Atenção Básica prestado pelos municípios”.