Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
O presidente da Câmara confirmou
nesta quinta-feira (26) a desistência da sua candidatura à Presidência da
República com uma carta de despedida da disputa presidencial. No documento,
Maia afirma que tentará a reeleição à deputado-federal pelo Rio de Janeiro.
Na carta, Maia agradece o apoio
dos partidos Democratas, PP, PR, Solidariedade, PRB, PHS e Avante, afirma que
irá apoiar a candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência e fez críticas
á saúde, segurança e educação do país.
Confira a carta na íntegra:
“Meus amigos e amigas
do Democratas, do PP, do PR, do Solidariedade, do PRB, do PHS e do Avante, nos
quatro últimos meses tivemos um convívio ainda mais intenso do que o habitual.
Agradeço o apoio
incondicional que recebi de todos, e de cada um de vocês, na tentativa de
consolidar minha candidatura à Presidência da República.
Agradeço, sobretudo,
porque esse apoio vem sendo dado a mim e àquilo que tento representar: a crença
incondicional na força da Democracia e da Política para superar todas as
adversidades desse momento singular, duro e difícil da vida nacional.
A decisão conjunta
que tomamos, hoje anunciada formalmente para o país, foi a de unir nossos
esforços e nossos ideais em torno do nome de Geraldo Alckmin, do PSDB. A
biografia de Alckmin saberá honrar os projetos, os anseios, a experiência e o
espírito público e republicano que nossas legendas reúnem como patrimônio
político de rara força e coesão no Brasil.
A oportunidade que
recebi como delegação de vocês permitiu-me voltar a viajar pelas cinco regiões
brasileiras, algo que fiz com frequência e com prazer quando fui presidente do
DEM, e constatar de perto avanços e retrocessos em todo o nosso território.
Voltei ao sertão
nordestino, estive na cidade natal de minha família, a paraibana Catolé do Rocha.
Vi a esperança no olhar forte dos sertanejos. Regressei ao Amazonas, a Manaus,
onde testemunhei as possibilidades e os desafios do crescimento econômico com
sustentabilidade. Constatei, nas planícies intermináveis do Centro Oeste, o
imenso retorno que o agronegócio vem dando à nossa economia e ao nosso
desenvolvimento.
E é claro que rodar o
Brasil também fez com que se tornasse mais aguda a minha visão dos gargalos que
travam o país, da miséria que nos envergonha e da insegurança que nos amedronta
e nos atormenta.
A logística do Brasil
é precária e reduz nossa competitividade industrial, além de nos impor perdas
enormes no setor agropecuário. A violência se espalhou de forma epidêmica pelas
metrópoles, pelas cidades médias e até mesmo no interior antes tão pacato.
Em muitos estados o
crime organizado parece vencer o Estado. A desigualdade social é quase uma
afronta pessoal numa Nação onde 13,4 milhões de pessoas vivem em situação de
extrema pobreza e onde metade dos trabalhadores ainda recebem menos do que um
salário mínimo por mês. É triste, é revoltante, constatar que a mortalidade
infantil voltou a crescer entre nós, e que doenças outrora erradicadas voltaram
a ameaçar o contágio da população brasileira – como o sarampo e a pólio, por
exemplo.
São essas
desigualdades, são esses retrocessos capazes de escrever tragédias particulares
no seio das famílias brasileiras, que me levam a trilhar com vocês o caminho da
unidade em torno de um projeto político que hoje parece o mais viável para
evitar marchas-à-ré ainda maiores e mais trágicas para o Brasil.
A História não nos dá
o direito de andar para trás. Tenham certeza disso minhas amigas e meus amigos
dos partidos que compõem, com o DEM, aquilo que corretamente chamamos de Centro
Democrático.
É centro porque é o
ambiente em que as pessoas não abrem mão de seus princípios nem de suas ideias.
É o ambiente em que políticos de todos os matizes podem sentar e dialogar para
construir consensos. Se o consenso não for possível, para o centro convergem as
maiorias sem que ninguém se apequene e fazendo com que todos persigam o avanço.
É democrático porque
jamais deixou-nos fugir a certeza de que não há outro caminho que não seja a
política, e de que não há Democracia consolidada sem instituições transparentes
e funcionando em plenitude e normalidade.
Dirijo-me a vocês, à
distância porque a legislação assim me obriga, porque sei que dessa forma
dialogo com a maioria do povo brasileiro que os nossos partidos representam.
Arquivo, momentaneamente, a pretensão presidencial que vislumbrei para
marcharmos juntos, em 2018, com o projeto que estamos construindo em torno de
Geraldo Alckmin.
Serei candidato a
deputado federal pelo Rio de Janeiro e mais uma vez empenharei o novo mandato
que espero ter a honra de conquistar em favor do Brasil e dos brasileiros.
Estaremos juntos,
sempre.
Obrigado,
Rodrigo Maia”