Após esperar 7 anos por vaga em hospital para cirurgia cardíaca na Bahia, mulher não sobrevive


A dona de casa Josilene dos Santos, que aguardava por uma cirurgia cardíaca há sete anos, morreu na quinta-feira (2), em Juazeiro (BA). Diagnosticada com com miocardiopatia, doença que compromete o funcionamento do miocárdio, músculo do coração, ela teve quatro paradas cardíacas e não resistiu.
Josilene passou mal na tarde de quarta-feira (1º) e foi socorrida por familiares, que acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Com a demora da chegada da ambulância, um vizinho a levou até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde foi atendida.
Na unidade, Josilene foi medicada, mas sofreu quatro paradas cardíacas e morreu na manhã de quinta-feira. A dona de casa, que foi sepultada no mesmo dia, deixou sete filhos.
Há sete anos, quando descobriu a doença, Josilene procurou a Secretaria de Saúde de Juazeiro (Sesau) para tentar agendar uma cirurgia prescrita pelo médico, no entanto, foi informada de que o procedimento só poderia ser realizado em Salvador.
De acordo com a mãe da paciente, Maria Josélia dos Santos, a Sesau informou que ela teria que aguardar o surgimento de uma vaga em um hospital da capital. Ainda segundo ela, Josilene chegou a procurar a Secretaria por diversas vezes, mas não obteve notícias sobre o encaminhamento da cirurgia.
“Em todos esses anos a gente se bate, procura, vai em um canto, vai em outro e nada. É muita revolta, a gente paga nossos impostos, mas na hora da doença não tem médico, não tem quem ajude, não tem quem faça nada. Agora, minha filha se foi e deixou os filhos aí”, disse.
Em nota, a Sesau lamentou a morte da dona de casa e se solidarizou com a família. O órgão disse, ainda, que a cirurgia que ela precisava não poderia ser feita em Juazeiro, que já tinha encaminhado a solicitação do procedimento para Salvador e esperava uma vaga em um hospital de referência para alta complexidade.
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), por sua vez, informou que, como a paciente não estava internada em uma unidade de saúde, caberia ao setor de Regulação de Juazeiro encontrar uma vaga para ela na capital. 
(G1/BA)

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