Foto: Michel Filho / Agência O Globo |
O general da reserva Hamilton Mourão (do PRTB) foi
anunciado neste domingo como vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa
pela Presidência. O comunicado foi feito durante a convenção do PSL em São
Paulo, em um clube na zona norte da capital paulista. O anúncio do militar
frustou uma plateia que, antes do início do evento aclamava o administrador e
membro da família imperial brasileira, Luiz Philippe de Orleans e Bragança como
vice.
O "príncipe" — como tem sido chamado, apesar de
não estar na linha direta de sucessão ao trono abolido no Brasil em 1889 —,
ficará com o cargo de ministro das Relações Exteriores, garantiu Bolsonaro
durante o evento caso a chapa de militares seja eleita.
Nos bastidores, o "príncipe" era considerado o
preferido para o cargo de vice na campanha do capitão da reserva, que queria
evitar uma chapa formada por dois miltares. A indicação de Mourão para vice de
Bolsonaro será oficializada na tarde deste domingo na convenção do PRTB,
partido comando por Levy Fidélix.
A convenção do PSL confirmou que o partido não terá
candidato a governador em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. O evento
oficializou a candidatura do deputado federal Major Olímipio ao Senado, além
dos nomes de 170 candidatos a deputados estaduais, entre os quais o ator
Alexandre Frota, e 105 a deputado federal, entre eles Eduardo Bolsonaro, filho
do presidenciável que concorrerá à reeleição.
— Tivemos dificuldade de trazer quadros competitivos para o
PSL. Quem quer vir para um partido com oito segundos — disse Major Olímpio,
presidente do PSL em São Paulo. No palco, o parlamentar bateu continência a
Bolsonaro em nome do "exército voluntário do Brasil."
Segundo o dirigente, apesar de ter apenas 7 segundos na
televisão e não ter palanque em São Paulo, a campanha de Bolsonaro contará com
apoio de 120 mil policiais militares e movimentos de direita. Foi para este
público que o deputado federal Eduardo Bolsonaro discursou defendendo o
excludente de ilucitude para policiais que matarem em serviço. Com a medida, os
agentes passariam a não ser processados criminalmente pelas mortes.
— Sabem por que nossos policiais morrem? é porque tem medo
de apertar o gatilho e ser punido — diz o parlamentar, que é policial federal.
Ele também defendeu que o próximo presidente libere o porto de armas para a
população. — O Estatuto do Desarmamento ajudou vocês em algo?