Foto: Murilo Silva/ CAPOL |
Redação:
Bahia.ba
Ciro Gomes
(PDT), terceiro colocado na eleição presidencial, afirmou, em entrevista à
Folha de S. Paulo, que foi “miseravelmente traído” pelo ex-presidente Lula e
seus “asseclas”.
“A gente
trai quando dá a palavra e faz o oposto”, disse ele em seu apartamento, onde
concedeu nesta terça-feira (30) sua primeira entrevista desde a eleição de Jair
Bolsonaro (PSL).
Questionado,
Ciro nega ter lavado as mãos ao ter viajado para a Europa depois do primeiro
turno.
“Não
declarei voto ao Haddad porque não quero mais fazer campanha com o PT”,
declarou.
O pedetista
critica a atuação do PT para impedir o apoio do PSB à sua candidatura e diz que
considerou um insulto convite de Lula para assumir o papel de seu vice no lugar
Fernando Haddad (PT).
Na conversa,
Ciro afirmou que não teme ser visto como um traidor pelos eleitores de
esquerda.
“A gente
trai quando dá a palavra e faz o oposto. Quem tiver prestado a atenção no que
falei, está muito clara a minha posição de que com o PT eu não iria”,
assinalou, ressaltando que, se puder, não quer mais fazer campanha para o PT.
Para Ciro,
Lula —preso desde abril, em Curitiba (BA)— se corrompeu por estar cercado de
“bajulador, com todo tipo de condescendências”.
“É tudo.
Gleisi Hoffmann, Leonardo Boff, Frei Betto. Só a turma dele. Cadê os críticos?
Quem disse a ele que não pode fazer o que ele fez? Que não pode fraudar a
opinião pública do país, mentindo que era candidato?”, criticou.
Ex-ministro
da era petista, Ciro diz o que levou a não aceitar o posto de candidato a
vice-presidente de Lula. “Porque isso é uma fraude. Para essa fraude, fui
convidado a praticá-la. Esses fanáticos do PT não sabem, mas o Lula, em momento
de vacilação, me chamou para cumprir esse papelão que o Haddad cumpriu. E não
aceitei. Me considerei insultado”, contou.