Foto: Antônio Augusto/ Câmara dos Deputados |
Por Marli
Moreira/Agência Brasil
O antigo
clamor da classe empresarial de que o país precisa passar por reformas
estruturais para retomar o crescimento econômico foi a tônica das manifestações
das lideranças empresariais em torno da vitória de Jair Bolsonaro para
presidência da República. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ainda
destacou a necessidade de diálogo com o Legislativo e a Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL), a redução da burocracia.
“Tenho a
certeza de que, com a aceleração das reformas econômicas e institucionais, como
a da Previdência e a tributária, o país se fortalecerá e construirá, nos
próximos quatro anos, uma economia mais produtiva, inovadora e integrada ao
mercado internacional”, disse por meio de comunicado, o presidente da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
A aposta do
setor, conforme revelou o líder empresarial, é que Bolsonaro possa formar uma
base de apoio no Legislativo para a aprovação dessas medidas consideras por
eles essenciais para o avanço da economia. “É imprescindível que os eleitos – o
presidente da República, os governadores e os parlamentares – tenham liderança,
ação e capacidade de negociação”, afirmou o presidente da CNI.
Já a
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as Federações das Câmaras
de Dirigentes Lojistas (FCDLs), as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs), a CDL
Jovem e o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) aproveitaram o momento
para pleitear ações que melhorem as atividades do comércio.
Em nota
assinada pelo presidente da CNDL, José César da Costa, o setor destacou que “é
preciso, urgentemente, reduzir a burocracia e simplificar os processos que
envolvem abertura, funcionamento e inovação das empresas. Além do mais, é
fundamental avançar no desenvolvimento de políticas relacionadas à segurança
pública, à infraestrutura e ao acesso a crédito privilegiando os empreendedores
e, consequentemente, toda a sociedade brasileira”.
De uma forma
geral, o mercado reagiu com otimismo à vitória de Bolsonaro, segundo
especialistas. Já a agência de classificação de risco Moody’s cobrou mais
clareza na agenda econômica do eleito para garantir mais confiança entre
os investidores.
Reformas
A exemplo de
outros segmentos da área produtiva, a CNI defendeu ainda o controle rigoroso
nos gastos públicos, a eliminação do déficit público e a consequente redução da
dívida pública. Além disso, na avaliação do líder empresarial, a economia do
país só voltar a crescer de forma sustentada se houver segurança jurídica,
entre outras medidas, como a ampliação dos investimentos em infraestrutura.
“O novo
governo precisa encaminhar uma reforma tributária que simplifique o sistema,
desonere os investimentos e as exportações, eliminando as distorções e a
cumulatividade de impostos, bem como buscando a unificação dos tributos por
meio da criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA)”, sugeriu Andrade. Ele
também manifestou a expectativa de que sejam adotadas ações para facilitar a
baratear o crédito.
Indústria
gráfica
Em nota, a
seção paulista da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abrigraf-SP)
pediu “clareza na definição das prioridades e diretrizes da política econômica
do novo governo”, além de redução da burocracia e diminuição de gastos
públicos. Nesse comunicado a entidade também pede pressa nas mudanças
pleiteadas.
“Acreditamos
que Jair Bolsonaro será fundamental na manutenção dos valores democráticos e
dos direitos e liberdades individuais de todos os brasileiros. Ressaltamos,
porém, a urgência na promoção de ajustes fiscais, redução da interferência e do
tamanho do Estado e a continuidade das reformas necessárias para o país, como a
previdenciária, tributária e política”, disse por meio de nota.
FecomercioSP
A
necessidade de reformas também foi defendida pela Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). “O mercado e o
setor produtivo esperam um novo governo que coloque de forma clara as medidas
prioritárias e suas diretrizes sobre a política econômica. Além de promover
ajustes fiscais, reduzir seu grau de interferência, possibilitar as reformas
nas áreas tributária, previdenciária e nos gastos públicos e diminuir a
burocracia, estimulando o ambiente de negócios”, diz a nota da entidade.
Para a
Fecomercio, a “Reforma do Estado brasileiro precisa ser iniciada
imediatamente”. Quanto à reforma da Previdência Social, a entidade justificou
que ela “precisa ser implementada, garantindo o equilíbrio do sistema para as
gerações presentes e futuras”. Já em relação à reforma tributária, os
empresários do setor demonstraram temor de que seja criado um novo imposto e
lembrou que a sociedade brasileira “já arca com uma das maiores cargas
tributárias do mundo”.