Foto: Lula Marques/ agência PT |
Juliana Almirante
O presidente
da Confederação Nacional de Municípios Glademir Aroldi afirmou, em nota à
imprensa, que a saída de médicos cubanos do programa Mais Médicos pode
significar “estado de calamidade pública” e, por isso, precisa de recuperação
em curto prazo. Ele alerta que a falta dos profissionais podem afetar mais de
28 milhões de pessoas.
“A presente
situação é de extrema preocupação, podendo levar a estado de calamidade
pública, e exige superação em curto prazo. Nesse sentido, a CNM aposta no
diálogo entre as partes para os médicos cubanos permanecerem no país pelo menos
até o final deste ano ou, se possível, por tempo maior a ser acordado entre os
dois países”, diz o representante de prefeituras.
Segundo ele,
a entidade já buscou em Brasília o atual governo e o governo de transição de
Jair Bolsonaro para que, em conjunto, “fosse possível adotar medidas que
garantam a manutenção dos serviços de atenção básica de saúde”.
A nota cita
dados da Organização Panamericana da Saúde (OPAS), que informa que 8.500 médicos
cubanos atuam na Estratégia Saúde da Família e na Saúde Indígena. “Esses
profissionais estão distribuídos em 2.885 municípios, sendo a maioria nas áreas
mais vulneráveis, como o norte do país, o semiárido nordestino, as cidades com
baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), as terras indígenas e as
periferias de grandes centros urbanos”, diz o comunicado.
“Entre os
1.575 municípios que possuem somente médico cubano do programa, 80% possuem
menos de 20 mil habitantes. Dessa forma, a saída desses médicos sem a garantia
de outros profissionais pode gerar a desassistência básica de saúde a mais de
28 milhões de pessoas”, alerta.