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Muitas pessoas não percebem que estão numa relação desse
tipo até que a agressão física ocorre. Mas, é possível observar alguns sinais
de que a união não é nada saudável.
— Às vezes, o abusador se mostra altamente carinhoso e
romântico, fazendo com que o outro pense que finalmente encontrou o amor da sua
vida. Mas também se mostra controlador e ciumento — afirma Lívia Marques,
psicóloga clínica com foco em terapia cognitiva comportamental.
Uma relação abusiva não acontece apenas entre casais
heterossexuais e nem sempre é o homem que desempenha o papel de abusador, como
alerta Paula Emerick, neuropsicóloga e especialista em terapia de família. —
Considera-se abuso o excesso de poder de um sobre o outro. E isso não se
restringe a relações amorosas, mas pode correr entre pais e filhos, amigos e
chefes e empregados. Inclusive pode acontecer mutuamente, um sendo abusivo com
outro em momentos distintos — afirma Paula.
Se a primeira dificuldade é tomar consciência de que se
está em um relacionamento abusivo, o segundo passo — procurar ajuda — é mais
uma barreira que quem sofre com o abuso precisa enfrentar. — Muitas mulheres
têm vergonha de denunciar. Sentem-se presas por questões financeiras, às vezes
pelos filhos e até recebem ameaças — lamenta Lívia.
Assim como aconteceu com Naldo e Moranguinho, casais se
separam durante um tempo, mas decidem reatar o relacionamento. — Nesses casos,
os casais precisam de acompanhamento profissional: de psicólogos; psiquiatras,
caso haja algum transtorno mental; assistência jurídica, considerando que pode
haver uma nova agressão. Além disso, é preciso acolhimento de amigos e parentes
— lista Paula.
Dez sinais
A outra pessoa faz você acreditar que está sempre errado,
além de sentir culpa pela agressividade dela;
Seu parceiro ou sua parceira se acha no direito de
controlar suas escolhas;
Ele ou ela não te agride, mas desconta a raiva em
objetos;
Não gosta que você faça novas amizades nem comente sobre
a relação de vocês;
Diz que ninguém vai te querer ou te amar além dele;
Sente ciúmes e é possessivo em excesso;
Você, constantemente, faz coisas contra a sua vontade
para não ver a outra pessoa nervosa;
Após fazer algo que te deixou triste, ele ou ela promete
que vai mudar, mas não muda;
Aponta suas falhas e defeitos, e dificilmente faz
elogios;
O outro tenta diminuir suas conquistas e acabar com sua
esperança.
Agência O Globo