Foto: NASA / REUTERS |
Se você pensou que seria preciso um diploma em alguma
área científica para trabalhar com a Nasa, pense novamente. A agência espacial
americana está recrutando voluntários por £14 mil — o equivalente a cerca de R$
73 mil — pela oportunidade de ficar deitado em uma cama por dois meses.
A ideia é que esse experimento ajude os cientistas a
entender como a gravidade artificial pode afetar o corpo humano. O AGBRESA
(Estudo de Descanso de Leito de Gravidade Artificial) foi lançado esta semana
pela Nasa, em cooperação com a Agência Espacial Europeia (ESA) no Centro
Aeroespacial Alemão, localizado na cidade de Colônia.
Quem pode participar
Pesquisadores estão procurando 12 voluntários do sexo
feminino e 12 do sexo masculino, com idades entre 24 e 55 anos, para passarem
60 dias nos leitos. Todos os voluntários devem falar alemão. O estudo AGBRESA
contará com dois "lotes" de participantes. Os primeiros iniciam os
testes no fim deste mês de março, e haverá uma segunda turma que começará a ser
testada no início de setembro. As inscrições para essa segunda coorte terminam
em 24 de maio. Se você gostaria de participar do teste, pode enviar um e-mail
para probanden-bit@dlr.de.
Como funcionará o experimento
As camas serão localizadas em uma instalação de pesquisa
médica do Instituto de Medicina Aeroespacial do Centro Aeroespacial Alemão, em
Colônia. Todos os experimentos, refeições e atividades de lazer serão
realizados durante as fases de descanso no leito.
Os participantes permanecerão nas instalações por um
total de 89 dias, incluindo cinco dias de familiarização. Durante o estudo, os
voluntários serão restringidos em seus movimentos para garantir que qualquer
tensão nos músculos, tendões e no sistema esquelético seja reduzida.
As camas serão inclinadas para baixo em direção à
extremidade da cabeça em seis graus, a fim de simular o deslocamento dos
fluidos corporais experimentados pelos astronautas em um ônibus espacial.
Metade dos participantes será submetida a testes
semelhantes aos de uma câmara de gravidade artificial. Entre outras coisas,
eles serão girados em uma centrífuga a 30 rotações por minuto, com o objetivo
de forçar o sangue a voltar para suas extremidades. Ao longo do experimento, os
cientistas testarão voluntários sobre suas habilidades cognitivas, força
muscular, equilíbrio e função cardiovascular.
Ao comparar a deterioração física dos dois grupos — os
que passam pela simulação de gravidade artificial e os que não passam —, os
pesquisadores esperam ver dados que ajudarão a mitigar esse efeito
experimentado pelos astronautas durante as viagens espaciais de longo prazo.
Jennifer Ngo-Anh, Líder de Equipe em Exploração Humana e
Robótica da ESA, acrescenta que o estudo permite que os pesquisadores
"abordem a questão da atrofia muscular causada pela falta de peso",
bem como outras tensões, incluindo radiação cósmica, isolamento e restrições
espaciais.
Agência O Globo
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