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Fernando Garcel e Ricardo Pereira -
BandNews FM Curitiba
Na madrugada
de 14 de janeiro, Daniela Eduarda Alves foi morta a facadas pelo marido Emerson
Bezerra, 34 anos, em Fazenda Rio Grande, município da Região Metropolitana de
Curitiba. Gravações telefônicas revelam que vizinhos acionaram a Polícia
Militar (PM) diversas vezes para denunciar as agressões e os pedidos de socorro
da vítima.
Segundo a
investigação, as agressões teriam começado por volta das 23 horas mas a viatura
da PM chegou ao local somente às 2h20. A vítima já estava morta há 20 minutos.
Emerson foi preso horas depois.
Nas
gravações, solicitadas e anexadas ao processo pelo Ministério Público do Paraná
(MPPR), moradores relatam que ouvem os gritos de socorro.
As ligações
para a Polícia Militar continuam. Os vizinhos relatam que vão dormir com os
gritos de socorro. “Já pedimos umas três vezes, o cara está matando a mulher
aqui e ninguém veio até agora”, diz uma moradora. “Tem que aguardar, senhora. A
ocorrência está aberta”, responde o atendente da Central de Operações Policiais
Militares (Copom). Os carros estariam em atendimento em outras ocorrências na
região.
Algumas
horas depois, a polícia foi acionada, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba.
Emerson foi para a casa da mãe e ao ser questionado sobre o sangue em suas
roupas, teria confessado o crime. O padrasto não concordou com a situação e
acionou a polícia. “Ele está todo
ensanguentado. Falei com os parentes dela que vão lá ver”, diz.
O secretário
de Segurança Pública do Paraná, general Luiz Felipe Carbonell, falou sobre o
caso nesta sexta-feira (15). Ele lamentou a morte de Daniela e admitiu as
falhas na estrutura policial. “Ficou bem claro que todas as nossas viaturas
estavam empenhadas em outras ocorrências. Não podemos interromper uma
ocorrência para atender outra. Nós temos que atender o protocolo estabelecido.
Foi uma tragédia, uma fatalidade. Nós temos falta de efetivo, falta de
viaturas”, diz Carbonell.
O governador
do Paraná, Ratinho Júnior, lembrou que assumiu o governo com grande parte da
frota parada em oficinas, o que reflete no atendimento à população. E afirmou
que existe um estudo para trabalhar com viaturas locadas, com o objetivo de
substituir veículos baixados para conserto.
“Temos que
melhorar a estrutura para que a Polícia Militar possa atender o máximo de
ocorrências da maneira mais rápida possível. Pedi um estudo para alugar
viaturas, a viatura anda em média, por mês, de vinte a trinta mil quilômetros.
É uma falha grave e o que podemos fazer é amenizar levando mais eficiência para
o serviço da policia”, destacou o governador.
A Secretaria
de Segurança Pública investiga o caso internamente, para saber se houve algum
tipo de erro no atendimento. A Polícia Militar, no entanto, não informou que
tipo de ocorrência as viaturas atendiam no momento das chamadas. Emerson
bezerra, o assassino, está preso por homicídio triplamente qualificado:
feminicídio, motivo torpe e meio cruel.
Inquérito
Segundo a
delegada Gislaine Ortega Pineda, Emerson Bezzera da Silva confessou o crime e
teria declarado que tudo começou com uma briga de casal.
“Na data dos
fatos, ele teria pedido o celular da esposa para despertar e ela teria se
recusado. Ele teria se exaltado e a empurrado sobre uma mesa de vidro. Ele
alega que quando ela levantou, pegou um dos estilhaços e o atingido nas coxas e
no pescoço. Ele alega que diante dessa agressão foi até a cozinha e pegou uma
faca e ao retornar ela teria o provocado, ele teria perdido a cabeça e
desferido os golpes que levaram a vítima a óbito”, relatou a delegada à Rádio
Banda B na época.
Durante o
depoimento, o homem alega que não havia nenhuma crise conjugal, mas familiares
teriam relatado informalmente sobre um pedido de separação por parte da vítima.
Outras pessoas ainda serão ouvidas para conclusão do inquérito.